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[RESENHA] “FAKE” – Felipe Barenco


Autor: Felipe Barenco
Editora: UMÔ
Páginas:
264
Classificação:
5/5 estrelas

Fechando o ano da maneira que eu sempre sonhei, Fake me fez rir, chorar, cantar e estou muito, muito orgulhoso por ter a chance de ler essa maravilha de livro.

O livro é um romance YA nacional (nacional gente!) escrito por Felipe Barenco, diretor Teatral com um senso de humor impagável.

A minha vida amorosa é tipo uma cantada do The Voice: quem eu quero, não vira a cadeira. Quem vira, eu não quero. Quando mais de um vira, eu escolho errado, Quando tô carente, ninguém vira; quanto to namorando, todos viram ao mesmo tempo.

Acompanhamos então a estória de Téo, carioca de família convencional, que acaba de ingressar na faculdade de Direito. Téo é gay, e essa fase de sua vida é acompanhada por muitas mudanças, como contar a seus pais sobre sua sexualidade e ainda um possível amor…

“- Quando o beijo é bom, o sexo é melhor ainda. – completou Fernanda – Se o Davi for gostoso nesse nível, namora ele.
– Mas ele gosta de Calypso.
-É, isso é meio grave.”

Davi é um garoto do interior no Rio, aspirante a ator, e como o mundo real é um pouquinho diferente das comédias românticas, Téo descobre que sabe muito pouco sobre Davi. E aqui vamos nó em uma viagem engraçada, trágica e nada convencional.

O autor nos surpreende com sua trama, Fake é um livro relativamente curto, mas o aproveitamento e o desenvolvimento da história é digna de um grande escritor. O livro me conquistou desde o momento em que ouvi sobre ele, passando pela dedicatória nominal do autor na folha de rosto – juro que estou com lágrimas nos olhos até agora kkk -, até suas ultimas páginas. E em primeiras páginas você pode até imaginar um romance já batido, mas não demora muito pra perceber que Fake veio pra quebrar tabus, pra esfregar a realidade mundana e ao mesmo tempo satisfazer os leitores em seu desenrola

Dizer que me identifiquei com o livro e suas situações/personagens não é o suficiente, e nesses momentos eu simplesmente o abraçava e dizia “I feel u, bro”.

Nunca vi muito sentido ter que assumir minha sexualidade para as pessoas, como se fosse algo relevante sobre meu caráter. Para mim, é o mesmo que dizer ‘Eu sou negro’ ou ‘Eu não gosto de pizza de quatro queijos’.”

A relação de Téo com a família é um dos pontos fortes na minha opinião, ao mesmo tempo realística e crua em seus dramas. A aceitação sobre a homossexualidade do pai de Téo e todos os empecilhos entre os dois me comoveram, e a submissão da mãe do garoto me dava nos nervos.

Téo é um rapaz… comum? Diferente, mas comum, é fácil se colocar no lugar do protagonista e sentir tudo o que acontece com ele, nos momentos de romance, suas crises e na sua carreira.

Devo dizer que a narrativa me arrancou gargalhadas no meio da madrugada, com humor negro e veneno puro, sua linguajem  simples e bruta, a falta de enrolação me manteve confortável durante toda a leitura.

“Deus me perguntou quando eu estava com as malas prontas.
-(eco) Filho, queres ir como homem ou mulher?
– Como homem. – eu respondi.
– Tens certeza?
– Como homem. Quer dizer, como homem, mas com uma certa sensibilidade feminina.
Deus fez uma pausa divina e anunciou:
– Então vais como viado.”

Estou evitando ao máximo contar muito sobre a trama, mas ao mesmo tempo te convencer a ler Fake, perceberam? Haha

Os outros personagens do livro são tão reais e densos que eu mesmo poderia identificar cada um deles na minha vida, por exemplo Fernanda, a amiga virtual do Téo: quando eu percebi que eu tinha uma Fernanda na minha vida eu ria descontroladamente (Beijos Amanda sua linda, espero que você tenha lido essa resenha até aqui).

Por fim, cheio de citações famosas, referencias do mundo jovem e com sua trama maravilhosa, Felipe Barenco merece meus agradecimentos pela oportunidade de ler uma obra que esperei por muito tempo inconscientemente. E sim, Téo foi um bom companheiro Felipe.


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Rafael

Estudante de gastronomia, divide o tempo entre cortar a chiffonade e ler fantasia. Viciado em YA, principalmente sobrenatural e urban fantasy. Gosta da cor verde e de cheirar livros. Fã incondicional de Cassandra Clare e Cornelia Funke. Falo palavrão não por má educação, mas por falta de expressões na língua portuguesa. Consigo ler ouvindo música, deal with it...

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