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RESENHA | “Meu ex-melhor amigo” – Aretha V. Guedes


Autora: Aretha V. Guedes
Editora:
Páginas:
406

Muitos me perguntam o que ler após uma ressaca literária — quando você está travado em suas leituras e sem saber muito bem em qual livro se jogar – e, para mim, a melhor dica é ler livros como Meu ex-melhor amigo, que te façam rir e refletir de uma forma leve.

A trama é narrada Roberta e Matheus, duas pessoas que já foram bem próximas e cortaram laços dez anos atrás. Agora, Matheus está de volta como um renomado fotógrafo internacional e não é mais o garoto que um dia ela conheceu e Roberta se pergunta se é possível voltar a serem como eram antes e se ela pode resistir ao garoto que um dia amou.

Talvez, com essa premissa, você pense que esse será um livro cheio de dramas e grandes tensões, mas o que você encontra é algo totalmente diferente. Meu ex-melhor amigo é uma história sobre crescer, amar, odiar, brigar e perceber que estamos em constante processo de transformação.

Não sei se mereço o seu perdão, Berta, mas, por favor, não me odeie.

Roberta é uma garota que não sabe bem para onde ir na vida. Ela acredita estar seguindo a carreira que sempre quis ao lado de um namorado que, teoricamente, a apoia em tudo, mas a realidade é que ela não está feliz e está longe de se sentir realizada. Já Matheus chegou ao ápice de sua carreira, ele é um fotógrafo renomado, mas perdeu muito durante o percurso para chegar aonde está e precisa voltar ao local onde viveu sua infância para se reencontrar.

E quando Matheus e Roberta se unem é uma bomba. A forma como ele provoca e instiga a Berta a contra atacar é uma delícia de se ler — e eu mesmo fiquei em dúvida entre torcer pra ela dar na cara dele ou ficar pelada e se jogar.

— Precisa de carona para algum lugar? — Surpreendeu-me ao ser um homem superior e ignorar a pirraça da visita.
— Que tal para a puta que pariu? Ou, talvez não…
— Depende, a sua mãe está recebendo visitas?

A cereja do bolo vem com uma personagem toda especial: tia Dulce, o ser mais maravilhoso que encontrei nessa história, não só porque Aretha construiu uma mulher divina como também pela nostalgia de me lembrar de uma senhora que fez parte da minha infância.

Entre essa sensação de nostalgia e a diversão que Meu ex-melhor amigo me trouxe, o fato do livro ser narrado em primeira pessoa, ora por Matheus e ora por Roberta, só acrescentou para ajudar a entender os medos que perseguiam cada um dos personagens, duas pessoas que aparentemente se detestavam e se reencontraram na hora certa para lutar por um novo relacionamento.

O único ponto negativo durante a leitura vem de algo que talvez seja mais pessoal: Matheus se questiona se ele pode chegar a ser tão tóxico quanto seu pai e eu realmente detesto mocinhos que emperram relacionamentos com esse tipo de pensamento. Entretanto, na psicologia esse contexto já foi explicado e existe, mas não é algo que eu busque em romances.

Ao todo Meu ex-melhor amigo foi uma história despretensiosa, para ler de uma só tacada, mas ainda assim com uma lição a ser ensinada: não há certo e errado, Matheus não errou ao partir, ele só cresceu, e infelizmente crescer não é para ser um processo fácil e indolor.

“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você…”


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Muito obrigada pela resenha! Fico feliz que tenha gostado e a tia Dulce é uma fofura, vontade de colocar num potinho e guardar ♥️