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[RESENHA INTRÍNSECA] “Caixa de Pássaros” – Josh Malerman


Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas:
 272
Classificação:
 3,5/5 estrelas

Prometendo ser um daqueles thrillers que tirariam o fôlego e que tornaria seus leitores prisioneiros de suas páginas, Caixa de Pássaros  tornou-se uma prioridade na minha lista de próximas leituras, principalmente pela proposta inovadora, mas não teve exito em atingir todas as  expectativas.

O homem é a criatura que ele teme.

O mundo já não é mais o mesmo. Neste novo mundo, há um mal à espreita que, se você abrir os olhos, será dominado por ele e Malorie sabe bem disso. Um surto de pessoas que tornaram-se assassinos furiosos e logo após espalhar a violência eles tiraram a própria vida.

Malorie não vê o mundo lá fora há mais de 4 anos e junto com seus dois filhos, o Garoto e a Menina, eles vivem em uma casa em que todas as janelas foram totalmente vedadas e só uma necessidade extrema leva-os para fora, e mesmo quando saem, saem vendados. Mas chegou finalmente o dia, o dia em que ela terá que enfrentar seu medo e levar seus dois filhos até um lugar seguro, um lugar onde ela será forçada a abrir os olhos.

Sim, o mundo atrás da venda é de um tom cinza doente. Sim, ela está preocupada com a possibilidade de desmaiar. Mas uma realidade muito pior atravessa a miríade de problemas e medos.

Já iniciei a leitura com as expectativas altas e posso dizer que a princípio o autor conseguiu corresponder a isso. Logo em suas primeiras páginas tive a minha atenção totalmente voltada para a história, que alimentou minha curiosidade com vários mistérios que tornavam cada página algo inesperado, algo que atiçava para desejar a próxima. Mas aos poucos essa empolgação acaba. Não saberia dizer em que ponto a maré mudou, mas com o desenvolver da trama o autor não conseguiu manter aquele ritmo alucinante do começo e o livro caiu um pouco na monotonia.

O ponto alto foi o autor atormentar o leitor com as dúvidas que joga na trama desde o começo. Não sabemos o que há lá fora a espreita, o que transforma as pessoas e causa o caos, e enquanto mais detalhes vão sendo revelados, fiquei cada vez mais inseguro quanto ao destino dos personagens e desconfiado dos novos que iam sendo apresentados durante o desenrolar da trama.

A forma como  Josh Malerman escolheu pincelar seu livro, com capítulos não muito longos e narração em terceira pessoa, também ajudou a desengatar a leitura, e intercalar presente e passado foi algo essencial para conhecer melhor Malorie, seus dois filhos e tudo que enfrentou. Os personagens acrescentados entre um evento e outro também se mostraram catalisadores para a protagonista, outra característica que ajudou o leitor a se envolver mais na trama.

Coisas que talvez tivessem de ser feitas, decisões que ela talvez precisasse tomar, mas que ninguém do velho mundo poderia estar realmente preparado para suportar.

Mas é o desfecho o grande divisor de águas. Já encontrei opiniões que diziam que o autor conseguiu acertar durante todo o livro mas acabou com um desfecho previsível e até sugestivo, mas em contrapartida alguns acreditam que ele acertou em tudo e que não poderia haver um desfecho melhor. Como só posso falar por mim, digo que não achei o desfecho previsível, pelo contrário, esperava algo totalmente diferente daquilo mas também concordo com alguns que é um final sugestivo, podendo ainda gerar especulações do destino das personagens. No geral, classificaria-o como algo morno; não me surpreendeu, mas também não me decepcionou.

É complicado discorrer sobre os altos e baixos do livro em poucas palavras pelo jogo de sentimentos que me perseguiu durante a leitura. Enquanto em certos trechos fui jogado em pura monotonia, em outros o medo e a tensão foram tão intensos que meu sangue pulsava rápido nas veias, com a adrenalina atingindo picos. É inegável, Caixa de Pássaros é uma boa estreia; de longe não tão assustador quanto esperado, mas com alguns reajustes, e Malerman se aprimorando em sua escrita, é provável que em um futuro não muito distante o autor se torne um dos grandes nomes do gênero.


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Emanuel

Um comentário

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  1. Olha…baixei ele ontem e terminei de ler hj…
    realmente, tem momentos que vc quase surta com cada personagem…mas o final me decepcionou..confesso…fiquei meio “oi? termina assim?” hehehe
    enfim..fora esse final…o resto achei incrivelmente bom