Este ano tem sido fantástico de diferentes formas para os fãs de Harry Potter. Desde peças, novas franquias, e até novos livros, mergulhamos em um começo de uma nova era que deve aproveitar melhor o mágico mundo do famoso bruxo, seja com uma visão de como está Potter em um futuro não tão distante, ou ao mergulhar no que transcorreu anos antes, o que dá chance para grandes personagens figurarem como protagonistas.
E é ao retornar ao passado que conhecemos Newt Scamander, chave principal em Animais Fantásticos e Onde Habitam, que embarca em uma aventura na Nova Iorque de 1926. Um magizoologista, ele não só pesquisa sobre a maioria das criaturas mágicas do mundo como também luta para protegê-las e é em sua ânsia de cuidar uma de suas criaturas que ele se dirige ao novo continente, onde mal chega e já causa alvoroço com sua estranha mala e os animais que deixa escapar por ela.
O que se desenrola então são muitas risadas com as situações que Newt se coloca, e a galera que o acompanha não deixa por menos. É estranho explicar a nostalgia que esse filme trouxe e junto com ele o encanto pelo novo, pela oportunidade de finalmente sair de Hogwarts para mostrar que o mundo mágico criado por Rowling é muito mais do que a Inglaterra.
Eddie Redmayne também foi um destaque a parte, sua habilidade de se moldar a qualquer personagem, algo que já lhe rendeu um Oscar, foi a peça chave para dar vida a herói que até então era uma incógnita. Quem realmente é Newt Scamander? Ele é poderoso o suficiente para enfrentar o que está por vir? Ou interessante o bastante para manter a atenção do público? Bem, nas mãos de J.K. Rowling, e com Redmayne apto para vivê-lo, parece que ele será tudo isso e um pouco mais.
O que também me fez vibrar na sala de cinema como fã de longa data das histórias escritas por Rowling foi perceber algumas conexões entre personagens envolvendo a franquia de Harry Potter, o que só aumentou a ânsia de saber mais sobre os próximos filmes — será que vão realmente abranger cada escola de magia e bruxaria? Há história o suficiente para tantos filmes? Um Dumbledore mais jovem pode ganhar um papel de destaque? Bem, essas perguntas poucas pessoas no mundo sabem as respostas, mas garanto que vou tentar acompanhar de pertinho cada etapa do que está por vir.
Como fã, também preciso realçar a decepção com as últimas cenas de Animais Fantásticos, mais especificamente com a desnecessária adição envolvendo certo personagem, ou melhor, o ator que o interpreta, que pouco agregou ao filme e só deixou um dissabor envolvendo a porca atuação (nem sabia que isso era possível com duas simples frases, mas acreditem, é bem possível), e até um certo desconforto com o apelo que não deu certo e nem deveria ter acontecido. Fica o desejo, dessa vez quanto aos produtores, que eles logo percebam que, no que se refere ao mundo bruxo, não precisamos, e não queremos, que recorram a decisões que deixam de lado a qualidade para priorizar a quantidade de ingressos vendidos. Estamos falando do Mundo Bruxo, os ingressos vão se vender sozinho, sempre.
Mas, ao abranger o todo, não nego que fiquei feliz com o que encontrei. Esse retorno ao mundo mágico de Rowling foi bem mais prazeiroso que a primeira tentativa que ocorreu há alguns meses, com o oitavo livro, que muito provavelmente ajudou a me causar uma certa úlcera. Animais Fantásticos e Onde Habitam é uma visão muito mais leve, e menos desesperada, que ainda dá a chance para mais pessoas, que desconhecem as histórias predecessoras, de se afeiçoarem. Sei que também é importante separar meu lado fã do meu lado mais critico, e eu sei que não é um filme para Oscar, que não há nada nessa produção que estremeça o mundo cinematográfico, entretanto há sim conteúdo para estremecer o mundo do entretenimento, crianças e adultos podem se apaixonar por esse filme, todos os elementos necessários estão lá para isso: a qualidade, leveza, toques de romance, a lição sobre respeitar o desconhecido e até a vivacidade e estranheza que acompanha o protagonista. Agora basta dar uma chance e talvez, como eu, você não se arrependa.
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