Editora: Novo Conceito
Páginas: 408
Classificação: 2/5 estrelas
Na companhia das estrelas conta a história de Hig, que sobreviveu a uma epidemia que dizimou grande parte da população, as únicas pessoas que restam a ele é o seu cachorro Jasper e o vizinho Bangley, alguém que ele não gosta muito e só aguenta por sobrevivência. Nesse livro, acompanhamos mais sobre o dia a dia de Hig e como sua vida mudou e continua mudando nesse novo mundo.
Tem livros de que são muito originais, um frescor no deserto de clichês que vemos por ai, e conquistam você de cara, te fazendo querer todos os livros do autor e até sua lista de comprar. Em contraparte, temos aqueles livros que parecem ser muito bons e até dão a impressão de serem originais, porém logo se revelam chatos, cansativo e a empolgação se desvanece rapidinho.
Infelizmente, Na Companhia cai na segunda categoria e, nossa, que decepção. Confesso que quando li a sinopse dele vários filmes me vieram a mente, principalmente “Eu sou a Lenda”, estrelado por Will Smith, no qual o personagem vive num mundo similar e vemos as implicações de viver isolado por muito tempo e temos uma balança entre momentos calmos e mais movimentados. No entanto, o livro não é nada parecido com esses filmes, neles a ação é uma parte muito ativa e os momentos de tensão são palpáveis, aqui o potencial da história é sufocado pelo excesso de descrição do autor. Tudo que o personagem fazia e todas as paisagens era descritas, isso faz com que a leitura se torne cansativa e muitos trechos são desnecessárias.
Peter Hellen procurou uma abordagem mais profunda sobre como uma pessoa reagiria nesse cenário, assim ele explora mais os sentimentos de Hig e o que ele pensa sobre o que tudo está acontecendo. Isso seria ótimo se na metade do livro o autor não tivesse perdido a mão e mudado completamente a personalidade dele e também não ajuda que com o passar do tempo você vai percebendo que ele não seria um bom sobrevivente. Devo confessar que odeio quando um personagem tem a oportunidade de seguir uma regra e se salvar, mas prefere ser insolente e colocar todos em perigo.
Um personagem que me conquistou foi o Bengley. No começo ele só é retratado como um caipira que não se importa com as pessoas e gosta muito desse novo mundo, porém com a evolução da trama vamos conhecendo mais dele e vemos que nem tudo não é o que parece. Eu gostei bastante da relação que se desenvolve entre ele e Hig, principalmente porque temos personalidades distintas e modos diferentes de encarar uma situação. Além do mais, ajuda o fato dele me lembrar um pouco do Daryl Dixon e vamos dizer que eu sou meio gamada nesse cara.
No mais, a narrativa é bem poética, o que eu amo em livros, porém confusa, afinal não temos o usual travessão ou alguma marcação do que é dialogo, ação ou algo parecido e é simplesmente cansativo tentar descobrir o que o personagem quis dizer ou o que ele está fazendo. Sinto que isso foi uma grande empecilho na narrativa e acabou me desanimando muito com o livro. Sinceramente, eu tinha altas expectativas quanto a ele. O autor poderia ter desenvolvido a história de um jeito totalmente diferente, já que ele tinha ótimas e diferentes idéias, algo que realmente o destacaria de outro autores, porém a falta de coesão dos personagens, o excesso de descrição e a narrativa confusa simplesmente me decepcionaram.
Nossa, com certeza não vou querer ler esse livro :S
Muito obrigada pela resenha e pela dica 😀
Beijo
Li recentemente o livro e concordo contigo na parte em que ele é confuso acerca dos diálogos e reflexões da personagem central. Acho que o autor intenciona que se torne série, pelo final do livro, ficam muitas questões sem respostas.