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[RESENHA COMPANHIA DAS LETRAS] “Inferno a bordo” — Georges Simenon


Autor: Georges Simenon
Editora: Companhia das Letras
Páginas:
 136
Classificação: 2.5/5 estrelas

Poucos sabem que o suspense policial foi o gênero que fez com que eu me apaixonasse pela leitura e desde então me tornei um leitor assíduo e é exatamente por isso que hoje em dia esse é um dos gêneros que eu tenho mais apresso em ler. A Companhia das Letras é uma entre as editoras que tem apostado muito nos livros deste autor e por este motivo, somado a minha preferência pelo gênero, assim que surgiu a oportunidade de ler um dos livros do Simenon eu me permiti lê-lo, conhecer um pouco mais sua escrita e seu trabalho.

— Incrível como tem gente fraca dos nervos…

Em Inferno a bordo, o capitão Fallut é encontrado morto próximo ao seu navio, o Océan. A tripulação de marujos não é exatamente os homens mais fáceis de lidar e gerar uma investigação em que eles serão os entrevistados e possíveis testemunhas não será nada fácil. Ele não confiam nos homens, muito menos em policiais. Aos poucos, o investigador Maigret consegue descobrir alguns eventos e acontecimentos estranhos que podem ter sido o pivô do homicídio e, por fim, acabar desvendando o mistério  para trazer justiça para o assassino.

Se as expectativas já estavam boas, depois de abrir o livro e ver uma página só de elogios de grandes autores como John Gray e P.D. James, ou comentários super positivos do The Guardian e The Independent, as expectativas foram lá pra cima. Mas não achei que os elogios fizeram jus à obra. Primeiro que o começo me deixou confuso, tive que reler o primeiro capítulo para conseguir prosseguir com a leitura e não me perder na trama. Logo, os personagens ficaram confusos para mim também e até eu conseguir começar a juntar as peças para tentar desvendar o mistério foi uma grande luta.

— Confie em minha experiência! Em matéria criminal, convém sempre esperar para emitir um juízo.

Me passou pela cabeça que talvez minha falta de apreço pelo livro era em razão de não ser algo mais contemporâneo, mas me lembrei que os livros da Agatha Christie — outro grande ícone da literatura policial — sempre me fizeram mergulhar de cabeça em suas tramas, então descartei essa ideia.

Depois da escrita não ter me conquistado e me deixar um pouco confuso, a narrativa e o andar do enredo também não me convenceram do contrário. Então eu esperei, que assim como em todo livro tem aquele ponto épico, esperei o clímax perfeito deste. Mas aqui, posso dizer que, ao menos para mim, não teve momento algum que tenha levado minha adrenalina a correr pelas veias ou me tornado tão fixado na trama que não conseguisse largá-la.

Por mais que seja uma obra muito comentada e muito bem elogiada, em suma, o autor trouxe um enredo não muito cheio de surpresa e que não conseguiu me ater à trama. Sua escrita é condizente com o período em que a história se passa, porém um pouco confusa e sem um clímax. Talvez essa não tenha sido a leitura certa para mim, ou simplesmente não estava no clima para esse livro mas essa foi uma leitura sem muitos prós, mais  água com açúcar do que intensa.


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Emanuel

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