Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Classificação: 3.5/5 estrelas
Anos e anos atrás, Julia Quinn estava entre as primeiras autoras que me proporcionaram o prazer de descobrir o gênero romance de época, e ainda que eu não aponte ela como a melhor entre todos os autores que já li desde então, confesso que tenho um certo apego por ela e toda a escrita doce que a acompanha.
O Conde Enfeitiçado foi meu retorno a uma de suas séries de maior sucesso. Eu não acompanho mais Os Bridgertons com tanto fervor. Na verdade desde seu primeiro livro, eu comecei a lê-la fora de ordem (comecei pelo terceiro), logo dou graças a Deus por essa família seguir uma ordem alfabética em seus nomes, assim não me perco tão facilmente — vou seguir essa ideia para meus filhos também um dia, quem sabe. E o que eu já posso adiantar do livro é que o começo não é muito fácil, mas melhora, eu prometo.
Era algo na forma como ela se movia.
Algo na maneira de respirar.
Algo na sua forma de existir.
Ele achava que jamais superaria aquilo.
A trama gira em torno de Francesca Bridgerton, e como ela entra na vida de Michael Stirling para balançar seu mundo da forma mais proibida do que o normal — adultério não é assim tão incomum na vida de Michael, mas suas chances com uma Francesca casada, e ainda por cima com seu primo, são praticamente nulas e ele aceita isso. Entretanto, após alguns anos, o estado civil dela muda, mas seus pensamentos para com ele continuam o mesmo. Michael nada mais é do que um querido amigo e confidente, e é preciso que eles batam de frente um com o outro para Francesca finalmente perceber que nada na vida é certo, e é possível amar uma vez mais.
Bem, com essa pequena introdução, só preciso adicionar que as primeiras páginas dessa história são um tanto lentas. A construção segue um ritmo meio morno, bam banho maria, sabe? E isso não está errado, levando em conta que Francesca precisa passar por diversas etapas até chegar a Michael, mas Julia Quinn tem algumas cartas na manga para manter o leitor interessado. Dentre elas está os outros Bridgertons, claro, que conseguem sempre colocar mais sabor a trama, e então há o nosso próprio conde, que não tenta negar seu amor por Francesca em nenhum momento durante o livro. Pelo contrário, ele aceita, mas sabe que esse sentimento sempre será uma carga em sua vida.
Não deveria ter se surpreendido. E, no entanto, se surpreendeu. Cada vez que acreditava saber tudo a respeito dela, que memorizava, mesmo sem querer, cada novo detalhe a respeito de Francesca, algo nela tremeluzia e mudava, e ele se pegava apaixonado outra vez.
Mas, como esperado, uma hora toda essa carga de sentimentos precisaria explodir, e quando isso ocorre, meus amigos, esse conde mostra que sabe ser quente (alguém me dá um leque e me abana!!), e em um virar de páginas Julia Quinn provou que entende bem de magia, e o tal do banho maria virou uma explosão de tempero. Sim, o romance permaneceu doce durante toda a narrativa, mas o desfecho teve toda aquela vibração, uma loucura, que te faz devorar as páginas, entende? E tudo acontece de uma forma tão leve que não é preciso muito para começar e terminar esse romance de uma tacada. Tem coisa melhor para uma tarde livre?
Ele havia imaginado um beijo de tirar o fôlego. Mas aquilo….aquilo tinha sido mais. Tinha sido melhor. Era… Era Francesca.
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