RESENHA SUMA DE LETRAS | “O Cisne e o Chacal” – J.A. Redmerski

Esse livro é o terceiro da série Na Companhia de Assassinos, e ainda que você possa lê-lo sem ler os anteriores, indico fortemente que não faça isso.

Em O Cisne e o Chacal vamos mergulhar fundo na história de Fredrik Gustavsson e a caçada que inicia para encontrar, e matar, sua esposa, Seraphina, a mulher que ele mais amou na vida — o que só fez sua traição ainda pior.

E a única pessoa que pode levá-lo diretamente à ela é Cassia, uma doce e inocente garota que pode ser a chave de tudo. Mas Cassia está ferida após escapar de um incêndio, e não se lembra de nada. Fredrik não tem escolha a não ser manter a mulher por perto, porém, depois de um ano convivendo com seu jeito delicado e piedoso, ele se descobre em uma batalha interna entre o que sente por Seraphina e o que sente por Cassia. Porque ele sabe que, para manter o amor de uma, a outra deve morrer.

Se você chegou até aqui, e leu os livros anteriores, você bem deve saber que a introdução desse livro nada significa, a única certeza que temos quanto a essa história é que não dá para saber o que vamos realmente encontrar, o que por si só já torna essa série algo ímpar — entre todos os livros que li, poucos surpreendem tanto. Essa louca habilidade de ousar está presente a cada página e não há espaço para o clichê.

Porque o amor é a maior fraude de todos os tempos. E porque tanto quanto eu amo você, porra, eu odeio por infligir-lo a mim!

E a trama suga de tal forma que fica difícil saber onde acaba o livro e começa você; entre toda a dor, tortura, desesperança, sair do eixo era só parte da viagem, e quando eu finalmente entendi o cenário, o quão complicado era o caminho que a autora decidiu construir, eu só desisti de tentar montar o quebra cabeça e decidi me jogar nessa loucura e curtir o passeio.

J.A. Redmerski eita mulher sem coração provou com esse livro que ela consegue mais, ela não é só mais uma autora, Redmerski tem a capacidade de escrever para diferentes públicos e arrasar em cada um de seus trabalhos. Que habilidade, que escrita, que louca e maravilhosa capacidade essa autora tem de ir além. Comparar O Cisne e o Chacal com Entre o Agora e o Nunca é comparar dois mundos completamente diferentes, e eu preciso confessar: prefiro esse lado mais sangrento da autora. A história não é bonitinha, cada página foi uma facada a mais no coração, mas que viagem louca essa, meus amigos.

O Cisne e o Chacal não é exatamente sobre amor e redenção, muito menos esperança, mas sobre viver um pouco disso quando a vida, em seus raros momentos, aparece com algo especial, único. E ainda que a autora avise que essa não é uma história bonita, eu vi beleza na escuridão.

Não lamente. Você me salvou.