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RESENHA VALENTINA | “Não Pare” – FML Pepper


Autora: FML Pepper
Editora: Valentina
Páginas: 280
Classificação: 3/5 estrelas

Não Pare! é o primeiro livro de uma trilogia que vem ganhando a blogosfera há algum tempo. Lançado de forma independente, mais tarde a Valentina adquiriu seus direitos de publicação e então a oportunidade de lê-lo surgiu, algo que começou como uma péssima experiência e gradualmente mudou conforme a leitura prosseguia.

Como a morte poderia ser tão bela?

A história gira em torno de Nina Scott, uma garota de dezesseis anos que já conheceu diversos países e cidades. Ela vive uma vida nômade ao lado de sua mãe, que de tempos em tempos força-a a fazer as malas e partir para outro destino.

Como não poderia deixar de ser, essa forma de viver tornou-se um incomodo para Nina. Sem amigos, sem laços, sua vida é solitária e  ela está cansada disso. Contudo, isso está prestes a mudar.

Agora em Nova York, a mãe de Nina finalmente sente que a cidade é segura o suficiente para elas e decide ficar. Mas seja lá do que elas estavam fugindo, isso acabou de encontrá-las e é tarde demais para correr.

E esse é meu breve resumo sobre as primeiras páginas de uma história que me viciou tanto, e nem sempre de uma forma boa. Para falar a verdade, foi bem difícil seguir em frente com o livro de FML Pepper, é mais um que entrou na lista de “Todo mundo ama, mas eu nem tanto assim.”

Com uma mão ela me acariciava e, com a outra, me ceifava.

Nina foi um estorvo nos primeiros dez capítulos e muitas vezes até cretina com sua mãe. Porém, ela está passando por sua adolescência, sua vida é conturbada, e eu mesmo, com uma vida bem mais fácil, era uma diaba durante esse período, então até certo ponto suas atitudes são até cabíveis. Entretanto buscar alguma ajuda na solução dos problemas cada vez mais sobrenaturais que vem enfrentando na internet, e encontrar retorno, passou um pouco a linha do aceitável. Para incrementar ainda mais minha péssima opinião em relação a protagonista, em diversos trechos ela agiu de forma obtusa, insensível a acontecimentos onde qualquer pessoa normal já estaria se descabelando para entender e isso se repetiu diversas vezes, não somente com ela.

Stela, a mãe de Nina, inicialmente foi apresentada como uma mulher super protetora, e mais tarde vamos descobrir a razão em torno de suas atitudes, e quando ocorre de ela fazer uma viagem de negócios e deixar sua filha sozinha, ou quando Nina começa a perceber coisas estranhas e temer que ninguém acredite nela, e ainda assim no dia seguinte em um diálogo com sua mãe taxar a mesma de instável por ter pensamentos similares, uma bola de neve de trechos sem sentidos se forma e quebra a harmonia entre os acontecimentos. É como se a autora não percebesse que certas coisas, para acontecerem, precisam de um mínimo de embasamento e o que resultou disso foram alguns desencontros entre o que um personagem diz e o que realmente faz, algo que me incomodou sobremaneira.

Aliás, não se deixem enganar pelo final de todo capítulo, onde o desenlace sempre acontece com uma frase poderosa para deixar a falsa sensação de que algo bombástico esta para acontecer. Não acontece, sério. E então acontece!

Quando a verdade por trás do passado de Nina e os acontecimentos presentes são revelados, tudo flui melhor, e eu realmente peguei na mão da protagonista e fui em frente com sua aventura para descobrir o que acontecerá em seu aniversário de dezessete anos. Tudo bem, eu passei as primeiras cem páginas de Não Pare! cansada dessa garota, e não me emocionei em trechos que normalmente me emocionariam, todavia eu fiquei angustiada com o desenrolar, não nego.

Ver Nina finalmente entender o que está acontecendo, suas emoções, seu desabrochar, foi realmente um alívio e me deixou ansiosa pela sequência. É engraçado pois a história me lembrou bastante Hush Hush, outra série com uma legião de fãs mas que não bateu muito comigo; ainda que a autora, assim como FML Pepper, tenha me atiçado em cada livro o suficiente para eu seguir adiante com a leitura e me apaixonar por um personagem ou outro — sem deixar nunca de odiar a protagonista –, simplesmente não bateu aquele amor pela história. Porém, dessa vez, eu espero algo diferente. Ou melhor, espero uma protagonista melhor e que nos próximos livros, assim como a maioria dos leitores dessa série, eu também vibre com Nina. No mais, cada livro possui um leitor certo. Não há nada de errado ele ser ruim para mim e perfeito para outra pessoa, o que seria péssimo é uma primeira impressão impedir algo de seguir em frente e quem sabe eu ainda não me surpreendo com Nina novamente.

A Morte surgiu em meu caminho e, junto com todos os horrores, ela me trouxe felicidade, vida.


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Oi Gabi, primeira resenha desse livro com uma opinião não muito favorável que eu leio. Confesso que fui umas das que amou o livro e não me dei conta dessas incongruências que vc citou, acho que as entendi mais como acasos que ocorreram do que como desencontros de personalidade. Quanto a nina achei ela inocente demais as vezes e se for pensar agora um pouco fria com relação a tudo, assim como vc disse, mas não adianta eu gostei muito desse livro e estou ansiosa pela continuação. Espero que a leitura melhore para você na próxima vez 🙂

  2. Essa é a segunda resenha que leio sobre esse livro que exalta os pontos negativos, digamos. As outras que li davam 5 estrelas e descreviam uma paixão louca por ele. Mas é como vc disse “Não há nada de errado ele ser ruim para mim e perfeito para outra pessoa, o que seria péssimo é uma primeira impressão impedir algo de seguir em frente e quem sabe eu ainda não me surpreendo com Nina novamente.”

    Ainda assim eu tenho vontade de lê-lo e está na minha listinha que de inha não tem nada.

    Ótima resenha

  3. Você descreveu exatamente tudo que achei quando li esse livro. Fiquei até preocupada achando que o problema era comigo por não amar o livro como todos amam. Tive também o mesmo problema com Hush hush. Ótima resenha!