RESENHA INTRÍNSECA | “Um mais um” – Jojo Moyes

Jess Thomas é a mãe de duas crianças: Tanzie e o enteado Nichy – que ela cria há oito anos e vem sofrendo bullying pelos vizinhos. Marty, pai dos dois, a abandonou há dois anos e desde então a sua vida se resume a trabalho, e ainda assim, o orçamento da família é muito apertado. Tudo piora quando Tanzie – que é uma expert em matemática – ganha noventa por cento de uma bolsa de estudo em uma das melhores escolas da região e os dez por cento restantes teriam que ser financiados por Jess, mas ela não tem dinheiro o suficiente para isso. Ainda há esperança em uma Olimpíada de Matemática na Escócia que se Tanzie vencer, ganhará um valor que será o suficiente para a sua escola. A única questão é: como chegar lá?

Por outro lado, Ed Nicholls – um cliente de faxina de Jess – é um gênio em informática e está sofrendo um processo por ter vazado informações privilegiadas para Deanna Lewis (um caso que ele estava querendo se livrar). Ed, então, se refugia em sua casa da praia, onde conhece Jess – que logo de cara o odeia. Porém, no momento que ela mais precisa, Ed está lá para ajudá-la e incrivelmente oferece uma carona até a Escócia, esperando que isso o redima de seus grandes erros. Mas, o que essa viagem reservará a eles?

Você é a pessoa mais positiva que já conheci, nunca parece ter pena de si mesma. Qualquer obstáculo que encontra pela frente você simplesmente passa por cima.

E aqui estou eu lendo pela terceira vez em um ano um livro de Jojo Moyes. Mas, o que posso fazer? Não consigo evitar. E, assim como os que foram lidos anteriormente, Um mais Um foi uma leitura surpreendentemente incrível.

Bom, para começar o que me admirou bastante nesse enredo foi a força de Jess. A coragem de criar dois filhos, sendo que um deles era filho do seu ex-marido com outra mulher! Quantas pessoas em seu lugar teriam aceitado criar o menino? E para completar, sem nenhuma ajuda financeira do pai – o que faz com que ela literalmente se mate de trabalhar para conseguir pelo menos o sustento deles.

Agora imagina a dor que ela sente ao ver o potencial de sua filha e a oportunidade que lhe é dada, e não poder fazer nada para ajuda-la. Ou pior, quando vê Tanzie e Nichy sofrendo bullying – pelos vizinhos e na escola – por serem diferentes do que geralmente é aceito pela sociedade. Então, sim, Jess Thomas é uma pessoa extremamente forte e que de agora em diante tomarei como modelo em minha vida.

Além disso, fiquei muito emocionada pelas atitudes e sentimentos de Tanzie. Principalmente em certa parte do livro, onde ela sente medo de gostar da matemática, por querer ser como os outros. Como se gostar de uma matéria ou ser muito inteligente fosse errado. Meu Deus, em que mundo estamos vivendo??? Porque, apesar de essa história ser uma ficção, bullying é uma realidade para muitos. Então, de certa forma, Ed Nicholls salvou essa família da mesma forma que essa família o salvou.

Esse é um livro que te deixa profundamente realizado por tê-lo lido. Ele te mostra o valor da vida, da família, do amor, que segundas chances são possíveis e que querer é poder sim!!!! Claro que em alguns momentos você se emociona, mas em outros dá longas risadas ou fica um pouco apreensiva pelo que pode acontecer, e a cada emoção você se aproxima mais dos personagens e vivencia com eles, lado a lado, cada uma dessas emoções. E no fim você pode ter certeza que se sentirá uma pessoa melhor e mais experiente depois dessa experiência. E já se prepare porque a ressaca literária é garantida, não é fácil seguir em frente depois de entrar tão fundo em uma história.

A lei da probabilidade combinada com a lei dos grandes números estabelece que, para vencer as dificuldades, de vez em quando temos que repetir algumas vezes um acontecimento para conseguir o resultado almejado. Quanto mais se faz, mais perto se chega. Ou como explico para minha mãe, às vezes, basicamente, só precisamos insistir.