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[RESENHA GUTENBERG] “Minha Metade Silenciosa” – Andrew Smith


Autor: Andrew Smith
Editora: Gutenberg
Páginas:
 304
Classificação:
 5/5 estrelas

Ao ser anunciado que este livro chegaria às livrarias nacionais, resolvi de maneira muito despretensiosa ler a sinopse e, bum!, sabe quando o livro te amarra desde a premissa? De cara a sinopse captou minha atenção e quando finalmente foi lançado li uma ou outra resenha — a verdade era que não queria nenhum spoiler ou opinião, queria ler sem saber muito sobre o que os outros tinham achado da leitura — e então ele acabou passando na frente de qualquer outro leitura. Se já não bastasse ter uma capa incrível, uma premissa pra lá de interessante, o autor ainda tinha que fazer você se apaixonar pela história já nos primeiros capítulos de uma forma tão grande, que você não consegue parar de ler.

E não há amor na minha casa, somente regras.

Stark tem treze anos e nasceu sem uma das orelhas, o que dificultou muito sua vida. Mas por favor, não chamem ele por Stark, mas de Palito, porque além de ter uma orelha a menos ele também é o mais alto entre os outros meninos da sua idade. E ter uma aparência dessas não torna Palito o cara mais popular da escola, e se tudo isso não fosse suficiente, ao chegar em casa Palito não tem descanso. Seu pai impõe regras que devem ser meticulosamente obedecidas, caso contrário sofrerão brutos castigos e punições. Mesmo em meio a tantas dificuldades e problemas, Palito tem Bosten, seu irmão mais velho e também seu melhor amigo. Bosten tem dezesseis anos e protege o irmão a qualquer custo, desde bater em algumas moleques babacas da escola até enfrentar seus pais.

Acho que, às vezes, coisas que parecem muito importantes tomam outro aspecto quando a gente se vira e olha de novo alguns quilômetros adiante.

Cumplicidade. Afeto. Amor. Respeito. Proteção. Irmandade. Se há uma maneira de não se apaixonar por esses dois irmãos, me digam, porque essa é com certeza uma missão impossível para mim. A relação de amizade e cumplicidade entre os dois cativa qualquer leitor, eles conseguem levar o significado da palavra irmandade a um patamar que a maioria não entende.

O autor de uma forma bem intrigante  trata sobre determinados assuntos polêmicos como o bullying, o homossexualismo, as drogas, a violência — familiar e fora desse âmbito — e tabus, assuntos que a sociedade enfrenta diariamente, porém muitas vezes de forma superficial, mas não nesse livro.  Andrew Smith consegue de uma maneira esplêndida fazer com que o leitor veja o outro lado, como diz o ditado ‘ver com outros olhos’, situações já pré-conceituadas pela sociedade.

E nada do que aconteceu conosco faria sentido se eu não deixasse os verdadeiros monstros que nadavam em minha cabeça aflorarem e mostrarem seus dentes.

Uma das habilidades indiscutível do autor com certeza é que ele consegue transmitir exatamente todas as emoções e sensações dos personagens para o leitor de uma maneira muito intensa. Toda vez que os pais de Stark e Bosten entravam em cena eu era inundado de um ódio tremendo e um desejo de proteger os irmãos, ou mesmo quando eles encontram uma folga e têm um momento de felicidade, é difícil não desejar estar lá compartilhando o momento junto com eles. Você choranh, fica com raiva com — e por — eles, fica feliz, e essa habilidade de nos fazer sentir tudo isso é o que me conquista em um autor, mas infelizmente não é algo que todos dominam, e Andrew Smith além de dominar, faz com excelência.

Meu conselho é: leiam este livro! Leiam! Simplesmente leiam, porque é um dos melhores livros que eu já li e tenho certeza que ele se tornará especial para você também. Andrew criou personagens cativantes, uma história que emociona qualquer um e tem uma escrita brilhante. Não vejo a hora dos novos livros do autor chegar ao Brasil!


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Emanuel

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