Autora: Marjane Satrapi
Editora: Cia das Letras
Páginas: 352
Classificação: 3/5 estrelas
Persépolis é o romance biográfico de Marjane Satrapi, uma garota iraniana que descreve como era viver no Irã durante as décadas de 70 até o final dos anos 90. O livro toca nas condições que levam a revolução e também os acontecimentos após os xiitas chegarem ao poder e a imposição de suas leis, com as mulheres, muitas vezes, sendo as maiores vitimas da repressão.
Marjane era uma criança cheia de ideias políticas, já que nasceu em uma família moderna e politizada, que lutavam a favor da revolução e procuravam um jeito de melhorar o Irã. A autora fez questão de não mascarar os fatos ou seu comportamento quando era criança.
Por eu estar estudando as questões árabes, é fascinante ver pelos olhos de alguém que viveu tudo o que só é me passado pelos livros e jornais e como a autora lidou com isso. Por meio de Marjane, descobrimos como são os costumes iranianos e como as pessoas se comportavam durante aquele período. E, diferente das ideias pré-concebidas, os jovens iranianos possuem características bastante ocidentais. Chega até a ser meio estranho ver a autora retratando sua fase Punk ou quando ela está cantando uma música ocidental.
Mas o que mais causou efeito foram os elementos do regime xiita que se instalou e como as pessoas se adaptaram a ele. O que não quer dizer que eles aceitam e por gestos sutis, como o uso de maquiagem, eles protestam contra essa ditadura islâmica. E mesmo com os momentos de tristeza, ainda existe humor e é perceptível que por estarem acostumados com conflitos a sociedade tem um comportamento mais cômodo em relação a isso que nós ocidentais.
Também gostei muito da relação entre os pais de Marjane e ela. É incrível como foram retratados os pais da autora, a força para cuidar da filha e de a conhecerem tão bem e como a confiança entre eles é forte a ponto de mesmo uma mentira contada por terceiros não trazem dúvidas ou incertezas à relação. Esse é um retrato que vários autores deveriam tentar explorar, é refrescante.
Mas como nem tudo são flores. Me senti incrivelmente entediada enquanto a fase adolescente da autora era narrada. Em poucas palavras, ela era uma garota chata. O fato de ela tentar se envolver com pessoas que não são muitos legais e até seu egoísmo me deixou com vontade de pular páginas e ir diretamente para o final. Alguns trechos também foram descritos de forma superficial, deixando uma ponta de confusão no ar.
Persépolis é um livro sobre uma mulher que viveu o regime xiita, mas vale ter em mente que ela não é uma ativista dos direitos femininos no Irã e sua visão pode ser tendenciosa, já que a família dela é rica e ela não teve a mesma educação que várias outras meninas. Não dá para pedir que a autora nos agracie com uma história profunda sobre os conflitos e suas consequências. Agora, se você está em busca de um livro que demonstre que somos todos iguais, aqui ou do outro lado do mundo, então esse seria uma escolha certa.
Debs como tinha te dito, se fosse analisar o tema do livro pela capa ia errar feio hahaha. A premissa de uma garota iraniana contando e mostrando como era seu país na época. Mas por ser jovem, rica e não participar ativamente dos movimentos da oposição deve ter ficado chato ler a visão dela né? Quando pego um livro com essa temática espero revolta, desejo de mudança e emoção. Consigo entender o motivo das 3 estrelinhas 🙂
Eu não gosto muito do gênero biografia, mas confesso que fiquei curiosa com esse.
Bjs ;*
E não curto livros que são bibliografias, mas esse parece ser interessante, pois ele conta como as mulheres viviam em outra época e em outro país, quem sabe eu venha a ler esse livro.
Esse livro já tá na minha lista a algum tempo…
Já vi várias indicações e a cada resenha que vejo fico com mais vontade de ler, nem sei porque ainda protelo e.e
PS faltou falar no texto que a história é em quadrinhos, né… 🙂
Livro autobiográfico nem sempre é o meu gosto e ainda com tema dos anos 70 e o Irã onde sei que tudo tão difícil e complicado, simplesmente não consigo ler um livro que eu sei que é real que aquilo tudo aconteceu..
me parece bastante esclarecedor; mostrar que existem maneiras diferentes de se viver e como as pessoas reagem aos diferentes tipos de imposições…pretendo ler, com certeza!
Não curto muito livro autobiográfico…
Gosto do gênero biográfico pelo fato de ser uma fonte de inspiração para a vida, e Persépolis de Marjane Satrapi pela resenha parece ser muito interessante, recordo-me de apenas já ter assistido ao filme que foi adapatado pelo cinema francês num filme de animação e dirigido pela própria Marjane Satrapi e por Vincent Paronnaud, então acho que não deve ter ficado muito distante da história contada no livro.
Oi Debora,dica interessante ainda mais por ser um romance biográfico e de uma garota iraniana,e também pelo contexto histórico,conflitos,problemas,situação das mulheres,regime xiita…Temos que ter um outro olhar através da vida da Autora Marjane.
Adoro livros que envolvem a cultura de outros países !
Eu acho a capa uma gracinha, mas antes de ler a sinopse, achei que a figura da capa lembrava uma bruxinha, acredita?!
E porque Persépolis?
Acho que nunca li biografia, acredita?
=*
Gostei da história proposta pelo livro, gosto muito de livros que mostram culturas diferentes da nossa, acho que vou ler.
Beijos
O enredo desse livro me lembra um pouco, mas só um pouco de ‘Pequena Abelha’, digo um pouco porque no ‘P.A.’ a garote é pobre é foge do regime na Africa, e o livro é contado de dois pontos de vista que se integram. No caso desse o livro é por uma pessoa que olha de fora e dá a opnião e não vive na pele, mas ambos falam de problemas políticos do País ondem vívem. Achei muito interessante, pois gosto de Direito Internacional. Acredito que seja uma leitura que valha a pena, independente de ser tendenciosa ou não.
Sem sombra de dúvidas, é um quadrinho bem diferente de tudo que já vi. Mas com certeza, super interessante né?
Mesmo não sendo fã de quadrinhos, gostei muito da sua resenha. E quem sabe, não me arrisco a ler…
Parece ser interessante, sem dúvida, sempre que se trata de outras culturas é muito bom ler e aprender mais. Pena que a autora não se aprofundou no tema, como você disse. Mas bater na tecla de que somos todos iguais, independente de qualquer coisa, já é muito bacana!
Já tinha visto este livro mas nunca parei para ver o que se tratava, eu achava que fosse algo infantil – acho que viajei legal rsrsrs.
É a primeira vez que leio sobre o quadrinho, confesso que não sou apreciadora deles.
A história que conta chama a atenção, mas não compraria…
Achei esse livro bem parecido com aquele Uma Garrafa no Mar de Gaza, sabe, mostra a realidade das pessoas e que todos somo humanos! Aqui conhecemos a história de uma mulher que viveu numa epoca muito dificil em seu pais. Mas o mais interessante acho que é o conhecimento que se adquire ao realizar uma leitura como esse, eu não conheço muito sobre esse povo e acho que seria muito valida a leitura pelo conhecimento!