Autora: Eloisa James
Editora: Quinta Essência
Páginas: 372
Querido leitor(a), acredito que como você viu a palavra Quinta Essência bem ali em cima e você deve ter pensando: Ohhh, finalmente a Leya criou bom senso e decidiu publicar os livros que estávamos ansiosamente esperando desde que ela anunciou que lançaria esse selo no Brasil.
Bem, Querido Leitor(a), eu desejava intensamente que você estivesse certo, porém não é o caso. A Leya não criou bom senso e o livro que eu estou resenhando agora é de terrinhas portuguesas, que possuem o senso a muito tempo e entende o que os seus respectivos leitores querem, porém antes que você me acuse ou brigue comigo por eu ficar resenhando um livro que você provavelmente só terá acesso por um ebook ou se comprar de portugal, o que eu insisto em você procurar no skoob porque existe muitas meninas legais que podem vender e fazer um preço bem camarada, eu devo pedir que me perdoe, pois eu estou apaixonada e como tal, devo ficar falando bem do meu amor e passando inveja nos outros, é claro.
Então, agora que eu me expliquei, vamos a história em si. Miss Linnet Berry é a Bela, linda e charmosa ela tem a maioria da corte aos seus pés até que é encontrada em uma posição considerada bem escandalosa com um certo príncipe e é acaba sendo renegada pela mesma, assim ela acaba sendo obrigada por seu pai e a tia para casar-se com o filho de um duque. O filho, chamado Piers é a Fera, e não, ele não tem pelos ou nada parecido com o personagem da Disney, fisicamente é claro, porque na personalidade é quase a mesma, grosseirão e mal-humorado ele conseguiu para si o apelido de O Monstro. E assim começa a nossa aventura.
Devo avisar para vocês não esperarem uma coisa nova que vai explodir suas cabeças e dizer que esse é o melhor livro do ano e que vocês nunca viram nada igual. Não é um livro assim, é cheio de clichês e algo que vemos sempre nas terras da literatura. No entanto, nós sabemos como esses podem funcionar quando a autora sabe utilizar eles da forma correta e devo dizer que a Eloisa sabe o que faz e, gente, ela faz muito bem.
A recontagem da história da Bela e a Fera, minha favorita de todas da Disney, é um atrativo que eu não pude recusar e foi algo que a autora desenvolveu muito bem, os personagens continuam com as mesmas característica e com a adaptação para a época pudemos desfrutar de mais coisas e também de uma parte mais safadinha que provavelmente não iria entrar em uma adaptação da Disney, provavelmente seria meio leve pra HBO, então eu recomendaria BBC.
Os personagens secundários são um charme a parte e o castelo do Piers é repleto de pessoas não muito sãs, mas definitivamente divertidas e como diria um personagem que eu amo, todos gostam de um bom circo. Então, temos um mordomo não muito usual e divertido, os pais do Piers que são cheio de problemas e você até entende aquele homem complexado, além de um primo francês e galanteador, além dos Patinhos, apelido dado pela Linnet para os doutores que seguem o Piers e também a maioria das pessoas ao redor.
Falando sobre essa parte da medicina, é legal e diferente ver uma abordagem de como as doenças e consequentemente os doentes eram tratados naquela época e posso dizer que o SUS pode tá podre e decadente, mas fico muito feliz por não ter nascido naquela época. Afinal, o jeito de tratar a pessoa era sangrar ela e, como dizia meu professor, tinha muito efeito para acabar com doenças, pois ou a pessoa melhorava ou ela morria. Ahhh, Período Regencial, ninguém sente sua falta.
E eu não esqueci do romance, sendo que Piers e Linnet são uma versão bem melhorada dos seus contrapartes da Disney, sempre discutindo ou tentando ter a ultima palavra, são prepotentes e orgulhoso, desgostando um do outro logo no começo e nós sabemos muito bem onde isso vai dar, porém é surpreendente e muito gostoso como a autora nos conduz até lá. Além disso, nós temos um outro casal que volta a se entender e dá um toque a mais ao livro.
A escrita e construção dos personagens não deixa a desejar, Piers e Linnet são os que mais crescem como pessoas e tem um desenvolvimento bem interessante, mas outros personagens também tem seus momentos de amadurecimento. É interessante ver como a autora é atenta na construção da trama e como ela vai conduzindo as situações. Sobre ser escrito em português de Portugal, não é incompreensível e mesmo que algumas palavras sejam estranhas no começo, eu acabei me adaptando e até achando muito engraçado certas palavras. Então quer quiser ler vá em frente porque não é difícil e até divertido. E para aqueles que quiserem ter o livro em casa e não querem comprar em Portugal, vocês podem mandar emails exigindo, quer dizer, pedindo, que a nossa querida e amada Arqueiro publique eles ou que a nossa talvez não tão querida e talvez não tão amada Leya, que detêm o selo Quinta Essência, para publicar eles aqui.
PS: O fato deles escreverem xixi com ch me chamou muito atenção, sim, eu sou bobinha assim. Contudo, é porque eu fiquei tentando entender o que chichi significava por alguns minutos, então acho que a lerdeza da Dona Gabi deve estar me pegando.
PS 2: Acho que o título em inglês, Quando a Bela domou a Fera, combinaria muito mais com o espírito e os personagens do livro.
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