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RESENHA | “Três Coroas Negras” – Kendare Blake


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Autor: Kendare Blake
Editora:  Globo Alt
Páginas: 304
Classificação: 2.5/5 estrelas

A Ilha de Fennbirn há anos segue uma tradição: quando a rainha dá a luz a trigêmeas, ela perde seu reinado e a próxima a governar será uma de suas três filhas. Elas nascem com o único propósito de lutarem ente si após completarem 16 anos, e só uma pode sobreviver.

A Deusa envia as novas rainhas, e o reinado antigo é encerrado.

Na trama as pessoas possuem poderes especiais e as pequenas rainhas possuem suas determinadas dádivas: Katharine é uma envenenadora, capaz de suportar os mais mortíferos venenos; Arsione é uma naturalista, possui o poder sobre as plantas e pode controlar alguns animais; Já Mirabella é uma elemental, manipuladora de fogo e tempestades.

Ainda muito pequenas, as irmãs são separadas e passam a ser criadas pelas famílias que habitam a Ilha. Cada família é identificada por suas dádivas mágicas. Elas começam desde pequenas a serem treinadas por suas novas famílias, até chegarem a idade necessária para lutarem entre si, no Festival Beltane. E ainda que os envenenadores vem reinando Fennbirn por muitos anos, tudo indica que esse será um ano diferente, pois Katharine se mostra ser uma rainha fraca, já suas irmãs são mais fortes.

São rainhas. E precisam morrer.

Kendare Blake de início nos mostra uma introdução bem impactante, que causa arrepios, chega a ser angustiante. E logo me apaixonei, pude perceber que tudo seria sangrento e psicótico. Infelizmente, já adianto que me enganei, estou decepcionado. Mesmo com a escrita fácil da autora, que permite com que a leitura flua bem, a sensação que ficou é que faltou desenvolver melhor uma trama que tinha tudo para ser maravilhosa.

O livro é narrado em segunda pessoa, cada capítulo intercalado pelas rainhas, há alguns momentos que temos dois personagens secundários na narração, não direi quem são, mesmo que esse detalhe não acrescentasse praticamente em nada ao enredo. E a cada página Kendare parece cada vez mais perdida com a história que criou, jogando situações desnecessárias em seu enredo e até mesmo forçando um romance que não possui química e nem razão de existir. Quando finalmente algo interessante acontece, tudo acaba na linha seguinte, sem emoção.

Alguns dos pontos que me incomodaram foram as herdeiras, que sabem da responsabilidade que carregam, mas basicamente ficam nos amassos durante todo o livro, sem se preocuparem que na próxima página elas podem ser assassinadas. A autora também deixa vários pontos vagos, como a Deusa, um ser divino, mas que pouco sabemos sobre.  Outra questão, talvez um tanto mais pessoal, é que esperei que a Kendare fizesse menção caso ocorra uma trinca de homens, ou até mesmo se chegasse a nascer um homem entre trigêmeos. Acho fundamental tratar de possibilidades, e situações que deveriam ocorrer.

Quanto ao final, ele é previsível, desde a primeira página você sente que algo não bate e há algo errado, fora o enredo, claro, e quando parece que a autora finalmente toma um caminho mais interessante, ela acaba por se apressar com a trama, tudo torna-se uma correria, o livro acaba e eu fiquei com cara de tacho. Sério isso?!

O livro é ruim? Não, ele pode sim agradar muitos, o problema foi criar muitas expectativas, essa foi minha queda, mas isso não significa que desisti da série. Caso a GloboAlt publique-a, com certeza vou me jogar nessa aventura novamente, só espero que dessa vez encontre um melhor enredo — e sem frequentes erros na revisão dessa vez, GloboAlt.

Ela faz isso pra me deixar mais forte. Ela faz isso pra salvar a minha vida.


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Edgar

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