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RESENHA | “A Mulher Na Janela” – A.J. Finn


Autora: A.J. Finn
Editora: Arqueiro
Páginas:
352
Classificação:
3/5 estrelas

Não sei se sou eu que sou difícil de agradar quando o assunto é suspense, ou se a enorme leva de livros com temáticas semelhantes tem me levado a ficar desapontada quando acabo encontrando mais do mesmo. Só neste ano li três livros onde as protagonistas bebiam e eram fontes não confiáveis que sempre são rechaçadas pela polícia. Porém, diferente dos outros, eu gostei bastante do plot final e foi o que “salvou” a leitura de A Mulher na Janela pra mim, ou o final dela pelo menos.

Muitos de nós não conseguimos sair de casa, precisamos nos esconder da bagunça do mundo. Alguns têm pavor de gente, outros, da desordem do trânsito. Para mim, o problema está na vastidão do céu, no simples fato de estar exposta à pressão acachapante da vida ao ar livre.

Há dez meses Anna Fox adquiriu uma fobia de espaços abertos, conhecida como agorafobia, ela se trancou em sua casa e não conseguiu mais sair de lá desde então. Além de sua fisioterapeuta e seu psiquiatra, a única outra pessoa que ela tem contato direto é seu inquilino, David, que mora no porão da sua casa. Sozinha, separada de seu marido e filha, vive enfiada com a cara em álcool e remédios para mascarar sua solidão.

Seu hobby preferido é observar toda a vizinhança, ela conhece cada um deles, suas rotinas, seus horários, observando-o pelas lentes de sua câmera. Porém, a dinâmica da rua começa a mudar quando uma nova família se muda para a casa do outro lado do parque e Anna testemunha algo terrível acontecendo lá. Porém com todo o álcool que havia consumido no dia, somado aos remédios, será que aquilo realmente aconteceu ou foi tudo obra da sua cabeça?

O álcool é um anestésico que nos permite enfrentar a cirurgia da vida.

A leitura para demorou muito para embalar, achei que o livro tem um excesso de descrições e devaneios desnecessários, coisas que não influenciam em nada na história, extremamente monótono. O livro demorou mais de cem páginas até acontecer algo interessante e mesmo assim isso não me motivou a continuar, pois quando chegou, achei que estava vendo mais daquilo que eu já havia visto várias vezes, e só de pensar em pegar o livro já me dava sono. Porém continuei insistindo, pois abandonar não era uma opção, e finalmente depois de dez longos dias, chegando perto dos 75% da leitura, acontece um plot twist carpado daqueles que a gente lê cinco vezes pra ter certeza que não lemos errado, dali pra frente terminei em horas o restante.

Mas apesar de ter amado o artifício que o autor usou, achei que foi um plot desperdiçado em meio a uma leitura tão morna, se o livro tivesse sido mais “enxuto”, sem tanta enrolação, provavelmente eu poderia até favoritar, porém a leitura foi tão cansativa que no final eu não sabia responder se esse plot tinha valido toda a falta de empolgação do início ou não. Depois de muito pensar, acabei decidindo que não, pois quando terminei a única sensação que tive foi de alívio.

A protagonista é extremamente chata e desinteressante, são páginas e mais páginas de reclamações e de descrição dela bebendo, bebendo e bebendo de novo. Já entendemos que ela gosta de beber, ok? Aí ela pega mais uma taça de vinho. Eu estava me sentindo presa junto daquele monólogo cansativo sobre sua péssima vida presa naquela casa e a demora para chegar na parte que explicaria o porquê dela ter ficado assim.

Apesar de ter usado dois plots que achei bem criativo, o final foi mais do mesmo que já vimos milhares de vezes em outros suspenses, foi um pouco mais empolgante do que o início, porém não o suficiente para eu falar que vale toda a enrolação do resto.

Porém, acho que vai funcionar melhor como filme, já que muitas cenas são cortadas, só vai sobrar aquilo que é mais interessante (ou eu espero isso para o bem de quem for assistir não acabar dormindo no cinema).


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Fabiana Lagassa

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