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RESENHA | “Ainda Sou Eu” – Jojo Moyes


Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas:
400
Classificação:
2/5 estrelas

Não sei porque fui insistir nessa leitura, definitivamente Jojo deveria ter parado no primeiro livro.

Louisa Clark está agora em New York correndo atrás de seus sonhos e do tempo perdido que passou afundada em depressão. Tem certeza que tudo sairá como planejado, conseguirá manter seu emprego e seu relacionamento a distância fluindo harmoniosamente, mas se tudo acontecesse como planejado, não teríamos uma história, não é mesmo?

O que me empolgou a ler esse último livro da trilogia foi o título Ainda sou eu e a proposta de nos trazer de volta aquela Lou doidinha com seu estilo próprio que tínhamos no primeiro livro. Fui com altas expectativas para encontrar uma protagonista forte buscando seus sonhos e se aventurando um pouco, como Will havia sugerido que ela fizesse. Mas o que encontrei foi algo bem diferente disso.

Ser diferente de todo mundo não é um problema.

Lou não seguiu nem o próprio conselho, a todo momento ela tentava ser alguém que não era para se encaixar nas situações. Ela se negou e se deixou ser humilhada por nada. Não se impunha em relação a nada, apenas concordava e interpretava o papel que lhe cabia ao momento. Depois de uma grande revelação que faz todos duvidarem de sua índole, ela nem tentou se defender, apenas abaixou a cabeça e deixou que pisassem nela (de novo). E isso me irritou profundamente, pois o marketing do livro foi todo em cima dela e eu não consegui encontrá-la. A única característica dela que estava presente eram as roupas.  Fora isso, não vi nadinha da Lou que tanto amei no primeiro livro.

Podemos nos agarrar à mágoa por conta de um orgulho equivocado ou podemos simplesmente nos entregar e aproveitar o tempo precioso que nos resta.

O livro inteiro possui várias passagens paradas que não fazem diferença nenhuma para a história, poderiam ter cortado facilmente umas cem páginas e não fariam falta, foi muita enrolação. Porém, o que mais me incomodou em toda essa encheção de linguiça é que tiraram a graça das partes empolgantes (que não são muitas). Acontecia algo, eu ficava curiosa sobre aquilo, mas depois levava páginas e mais páginas de enrolação até enfim chegar a uma conclusão, e isso tornou a leitura bem cansativa. Parecia que quanto mais eu lia, mais páginas faltavam para o fim.

O romance que estava esperando ser um dos pontos altos do livro, pois havia curtido isso em Depois de você, só serviu para me frustrar mais ainda. Odiei a maneira que se desenrolou, peguei birra do mocinho, achei que ele só quis a Lou quando lhe foi conveniente. Ele foi totalmente mesquinho e egoísta em suas ações, e só tomou uma atitude por ciúmes quando viu que tinha outro querendo preencher sua vaga.

— Ainda sou eu, Sam.
— Bem, qualquer que seja a versão de você, Louisa Clark, eu te amo.

O final achei muito fraco, Lou foi para NY em busca dos seus sonhos, mas não lutou nenhum pouco por eles, ela nem sequer mencionou eles no decorrer do livro, porém como em um conto de fadas, ela conseguiu uma fada madrinha que jogou em seu colo tudo prontinho para realizá-lo sem nem precisar sair do lugar.

Achei que toda a trama do livro não teve um propósito, parece que foi desenvolvido a esmo só para se ter lucro em cima da hype de Como eu era antes de você. Ao meu ver foi tão desnecessário quanto Depois de você, que eu ainda consegui gostar mais do que desse. A nota só não foi mais baixa, pois gosto da escrita da Jojo.

Os livros nos ensinam sobre a vida. Os livros ensinam sobre empatia. Mas não dá para comprar livros se você mal tem o suficiente para pagar o aluguel. Então aquela biblioteca é um recurso vital! Ao fechar uma biblioteca, você não acaba só com uma instalação, você acaba com a esperança.


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Stefania Cedro

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