Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Classificação: 2/5 estrelas
Phillip Tonka é musico do exército e tem uma banda – os Duanes – que são os próximos escalados pelo exército dos Estados Unidos para encontrar um som misterioso no deserto da África, que na verdade é uma arma que eles estão tentando obter a qualquer custo.
A narrativa intercala o passado da missão dele e seus companheiros de banda e o presente, que é sua recuperação “milagrosa”. No presente temos capítulos do ponto de vista tanto de Phillip quanto da enfermeira Ellen, que vai desconfiar deste “milagre”.
Piano Vermelho é um livro que supostamente deveria tratar sobre conspirações do exército, com o foco em uma banda e um mistério sobrenatural, entretanto o resultado não entrega o que a sinopse promete. O mistério é interessante, você de certa forma fica intrigado para saber o final, e como vai se resolver, só que os problemas do livro estão na execução.
Os personagens Phillip e Dr. Sanzs, o médico responsável pelo milagre, são rasos e sem nenhuma camada interessante. Para um protagonista, o Phillip parece mais um coadjuvante. A única personagem que vale a pena na história é a Ellen, ela é inteligente, tem um passado que a machuca e consegue enxergar qual o objetivo do exército com Phillip, o livro se salva por ela.
Sempre ouvi muitos elogios a escrita do Josh Mallerman em Caixa de Pássaros, não li este livro, mas pelos comentários creio que seja melhor que Piano Vermelho. Pessoalmente, a escrita dele não funcionou, falta estilo e um bom desenvolvimento narrativo. Senti oscilações em todo livro, ora ele conseguia fazer capítulos intrigantes, mas em outro se perdia totalmente.
E claro, preciso citar o final, mas calma, não darei nenhum spoiler. O livro vai construindo um suspense, só que o leitor não vê sua total resolução. Eu gosto de finais abertos quando existe razão de ser, contudo neste caso só serviu para tornar a história ainda mais confusa, e de terminar num anticlímax.
Piano Vermelho é um livro irregular e cheio de falhas, sua premissa é intrigante e se bem desenvolvida daria um bom livro, só que o autor não soube desenvolver bem sua própria ideia. Mas se você se apaixonou por Caixa de Pássaros, e provavelmente está acostumado com as peculiaridades da escrita do autor, esse livro não deixa de ser uma ótima opção.
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