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RESENHA | A Profecia do Pássaro de Fogo – Melissa Grey


Autor: Melissa Grey
Editora: Seguinte
Páginas:
355
Classificação:
4/5 estrelas

Echo desde criança teve que aprender a se cuidar sozinha, com apenas sete anos de idade ela já conhecia muito bem os sentimentos de abandono e solidão. Vivia escondida em uma biblioteca (porque não tem lugar melhor pra morar, não é?) e se sustentava com pequenos roubos. Até que ela conhece uma mulher diferente de todas que ela já havia visto, não apenas interiormente, mas fisicamente, e essa mulher acolheu Echo e a levou para um lugar que ela achava que só poderia existir em livros e filmes.

Longe da normalidade humana, escondidos em lugares onde a maioria da humanidade nunca saberá da existência, vivem duas raças antigas e mágicas que travam uma guerra milenar. De um lado temos os Avicen, pessoas com penas no lugar de cabelos e pêlos; E de outro, os Drakharin, com escamas por sobre a pele. De acordo com uma profecia, que para muitos não passa de uma lenda, a única coisa capaz de acabar com essa guerra é o Pássaro de fogo, porém ninguém sabe o que ou quem é, e muito menos onde encontrar.

Depois de dez anos vivendo no meio dos Avicen, eles se tornaram a família  de Echo e, após um pedido de sua guardiã, ela decide embarcar em uma jornada para encontrar o Pássaro de fogo e cessar todo o derramamento de sangue.

– A guerra é como uma droga. – Ele disse. – Você passa tanto tempo em busca da vitória que fica cego com o fato de que nunca vai encontrá-la. Nunca me ocorreu que a paz fosse possível.

Tenho que confessar, tive muita dificuldade para imaginar os Avicens. Toda vez que tentava imaginar pessoas com penas por todo o corpo, no rosto automaticamente aparecia um bico. Mas após algumas páginas, quando comecei a imaginar as penas só na cabeça, a imagem melhorou um pouco. Terminei o livro sem ter certeza de que consegui imaginar os personagens da maneira que a autora queria.

A linha do tempo do livro é um pouco corrida, o livro inteiro se passa em menos de uma semana, e acontece muuuuuita coisa! Porém, essa foi uma das poucas vezes que isso não me incomodou. Os acontecimentos pareceram naturais, inclusive o desenvolvimento do romance de alguns personagens, não ficou forçado, como acontece na maioria das vezes que o livro se passa em um espaço curto de tempo.

– Me ajude a esquecer. – Ela disse.
Quando pressionou os lábios nos dele, equilibrando-se na ponta dos pés para alcança-lo, sentiu alguma coisa dentro de si encaixar.

Eu amei cada um dos personagens. Desde a Echo, com sua personalidade engraçada, sagaz e amante dos livros, aos personagens “coadjuvantes” como Dorian e seu jeito caladão e tímido. Até mesmo os vilões conseguiram me conquistar, pelo ódio, mas conquistaram.

Como o livro é narrado em terceira pessoa, temos a perspectiva de diversos personagens, então acho que isso colaborou bastante para me apegar a todos eles. Fiquei apreensiva nas cenas de batalha e rezando para todos saírem ilesos, ainda não estava pronta pra perder ninguém.

– Às vezes quando estou triste gosto de ficar perto desses livros. – a Ala respondeu. – Eles são bons para fazer as pessoas esquecerem todos os problemas. É como ter um milhão de amigos embrulhados em papel e rabiscados de tinta.

Outra coisa que me chamou atenção, não sei se foi proposital da autora ou se acabou surgindo sem querer, foi mostrar um pouco a miscigenação, que eu acho que ficará mais visível nos próximos livros, e um romance LGBT. Ela mostrou muito bem que não importa o que a pessoa é em gênero, número ou grau, muito menos raça e sexo, o que importa é o sentimento e pode ligar um “F#%&-se” bem grande pra quem for contra, pois todos merecem amar e serem amados independente de quem for. E quanto esse romance LGBT, não posso falar muito pra não dar spoiler, mas me lembrou Malec (Instrumentos mortais) e já quero mais cenas.

A escrita da Melissa é envolvente e chegou em certo ponto do livro que não consegui mais parar enquanto não soubesse como acabaria. A fantasia foi bem construída, assim como os personagens, com a quantidade certa de aventura, suspense e romance, sem nenhum deles ficar enjoativo, e no final ela deixou aquele gostinho de quero mais para ficarmos ansiosos pela continuação. Que venha A Ameaça Sombria!


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Stefania Cedro

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