publicidade
Já é bem tarde enquanto escrevo essa resenha, mas os sentimentos para com esse livro foram tantos que não era mais possível continuar a leitura sem colocar para fora tudo que senti com essa história.
Cinder & Ella gira em torno de uma mulher e um homem que se conhecem pela internet. Ella é uma blogueira que ama ler e escreve sobre seus livros e é em seu blog que conhece um garoto de codinome Cinder, alguém que logo se torna um amigo e mais tarde se tornará algo mais; Cinder, na verdade, é Brian, um famoso ator hollywoodiano que encontra em Ella seu porto seguro. Ele precisa ter algo mais com ela e quando finalmente tenta dar um passo a frente para conhecê-la, uma tragédia ocorre e se passarão meses até conversarem novamente.
Nesse meio tempo, eles mudaram, as cicatrizes externas e internas formaram uma casca protetora em ambos e só um pode ajudar o outro a reverter isso.
E se você chegou aqui nessa resenha, você deve estar se perguntando por quê esse livro me abalou tanto, afinal sua introdução tem similaridades com milhares de outros juvenis, mas a verdade é que revelei muito pouco, estou longe de querer estragar a surpresa, e acredite, há muitas.
Um grande personagem precisa ultrapassar algumas barreiras — experiências para dar-lhes profundidade, para torná-los vulneráveis, relacionáveis, e agradáveis. Os bons personagens precisam passar por dificuldades para torná-los fortes. A ideia tem sentido, mas ainda é uma porcaria se você é a protagonista.
Ella é uma protagonista que precisou usar da metamorfose várias vezes para se proteger. Com a escrita divina da autora, senti na pele a dor dessa garota, a raiva e a impotência ante tudo o que ocorre ao seu redor, e como a soma de tudo isso faz a personagem crescer.
E claro, há Cinder para ajudar em todo esse processo. Mimado, prepotente, galinha, posso classificá-lo de diversas formas, mas quando é algo envolvendo Ella, só posso apontá-lo como algo doce. Seu amor por ela é o consolo para o leitor durante cada cachorrada que ocorre com Ella, aliviando toda a tensão. E sim, há muito disso, lágrimas, raiva, indignação, e frente a tudo que ela passa, a capacidade de Cinder de aliviar isso e tornar seu dia melhor realmente me deixou no chão.
“Você quer saber por quê você nunca foi capaz de me fazer chorar?” Eu perguntei. “É porque você está tentando derrubar alguém que já está no fundo do poço. Você não pode me fazer sentir pior sobre mim do que eu já faço.”
Mas não se engane, esse livro vai muito além do romance. Kelly Oram não deixou de lado temas como bullying, homofobia, agressão a mulheres, e outras várias questões que estão em nosso dia a dia, tornando toda a trama mais real. O relacionamento de Ella com os pais também foi algo a mais.
Não digo que tudo foram flores nesse livro, e eu nem esperava isso, porém a linha do que é perfeito ou não é tênue para cada pessoa e essa leitura realmente me marcou. Cinder & Ella mostrou que cada pessoa possui diversas facetas diferentes, não há preto no branco aqui.
Algumas vezes, não sei como começar a escrever sobre um livro que amei, mas dessa vez não sei como parar porque essa história realmente tem muito a dizer e parte dela ficará comigo por um bom tempo. Então, só posso adicionar: leia, leia, leia! Você vai chorar, mas também se divertir, vibrar e, estou torcendo, se apaixonar também.
“Sorria para a câmara, Ellamara,” ele sussurrou. “Eu prometo que não vou morder.”
Mas mesmo quando prometeu isso, seus dentes mordiscaram meu ouvido. Eu suspirei, e ele riu novamente. “Não muito forte, de qualquer forma,” ele adicionou.
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Classificação: 2/5 estrelas
Não sei porque fui insistir nessa leitura, definitivamente Jojo deveria ter parado no primeiro livro.
Louisa Clark está agora em New York correndo atrás de seus sonhos e do tempo perdido que passou afundada em depressão. Tem certeza que tudo sairá como planejado, conseguirá manter seu emprego e seu relacionamento a distância fluindo harmoniosamente, mas se tudo acontecesse como planejado, não teríamos uma história, não é mesmo?
O que me empolgou a ler esse último livro da trilogia foi o título Ainda sou eu e a proposta de nos trazer de volta aquela Lou doidinha com seu estilo próprio que tínhamos no primeiro livro. Fui com altas expectativas para encontrar uma protagonista forte buscando seus sonhos e se aventurando um pouco, como Will havia sugerido que ela fizesse. Mas o que encontrei foi algo bem diferente disso.
Ser diferente de todo mundo não é um problema.
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Classificação: 4/5 estrelas
Depois da série Os Bedwins, a editora Arqueiro presenteia os fãs de Mary Balogh com mais uma nova série, dessa vez uma trilogia com o nome O clube dos sobreviventes, o primeiro livro se chama Uma proposta e nada mais, o segundo Um acordo e nada mais, e o terceiro Uma loucura e nada mais.
Nessa resenha vamos falar sobre o primeiro livro, Uma proposta e nada mais, que já está nas livrarias. Eu adoro fazer uma batalha das capas brasileiras e das capas gringas, e preciso falar, Arqueiro, eu te amo!, a nossa capa é infinitamente a mais bonita de todas, simples, elegante, tudo o que o primeiro livro já mostra.
Love, Simon ou Com amor, Simon é mais uma adaptação juvenil literária que ganha vida, mas o que difere essa adaptação das outras? Bem, Com Amor, Simon não é uma simples história de amor, mas é uma história que precisava ser contada.
Surfando na onda de sucesso de Me chame pelo seu nome, uma adaptação literária da mesma temática, o que muda é que vemos no primeiro um drama sobre o primeiro amor, e em Com Amor, Simon há também pitadas de comédia romântica com doses de drama.
Inspirado no livro Simon vs. a agenda Homo Sapiens, da autora Becky Albertalli, o filme nos mostra a vida do adolescente Simon Spier, interpretado pelo carismático ator Nick Robinson (Jurasic Word, Tudo e Todas as Coisas), que tenta viver sua vida normalmente enquanto carrega um grande segredo — sua homossexualidade. Simon é gay e vive com medo pois não sabe como seria a reação dos outros com ele.
Foto Antes das Cinco
Esse filme foi um mar de acertos. Desde a direção até o elenco, trilha sonora e roteiro. Com Amor, Simon foi muito além do romance, essa é uma história sobre o direito de poder ser, sem rótulos, que nada mais são que rédeas que controlam nossas vidas, porque em um mundo perfeito não deveria importar se você gosta de homens ou mulheres, se é negro, branco, asiático, ou do oriente médio, isso só deveria ser um detalhe, como a vida também é, não há nada especial nisso, mas como você a vive é que a torna especial.
E o equilíbrio foi perfeito em diversos pontos, desde a comédia ao drama e romance. O diretor se mostrou competente para mostrar uma visão do ensino médio e, mesmo tomando liberdade para criar, o longa ainda foi bem fiel ao livro. Já os atores, desde o protagonista aos coadjuvantes, dão um show de carisma.
Creio que a maior vitória do longa foi provar que há espaço para todos no cinema, principalmente quando é dirigido com o intuito de conscientizar. Com amor, Simon foi uma convenção da humanidade, é um filme lindo, nostálgico, singelo, romântico, engraçado e o mais importante, NECESSÁRIO!!!!