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[RESENHA ARQUEIRO] “Ligeiramente Casados” – Mary Balogh


Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas:
288
Classificação: 4/5 estrelas

Ligeiramente Casados conta a história do coronel e Lorde Aidan Bedwyn, que para pagar sua dívida com o capitão Percival Morris aceita proteger a irmã deste após seu falecimento. Porém, ao chegar em Solar Ringwood, ele encontra uma propriedade próspera comandada por Eve, que claramente demostra não precisar de ajuda alguma do Lorde.

Li em algum lugar que muitas vezes passamos a vida buscando algo que já possuímos.

No entanto, mais tarde o coronel descobre que a situação de Eve pode mudar já que esta irá perder o Solar para um primo ingrato se ela não se casar com alguém antes do aniversário da morte de seu pai, assim Lorde Aidan decide fazer uma proposta irrecusável.

É a primeira vez que eu leio algo de Mary Balogh e devo confessar que estava ansiosa para conhecer mais sobre essa autora que é reconhecida internacionalmente por seus romances de época maravilhosos, mas ainda sim, eu possuía algumas ressalvas já que geralmente altas expectativas levam a uma trágica decepção. Assim, é com prazer que eu digo que a autora foi me conquistando aos poucos e que no final eu acabei me apaixonando perdidamente pelo livro.

A autora soube construir o romance mais lentamente, afinal Aidan e Eve mal se conheciam quando tiveram que casar, sendo interessante ver como a intimidade do casal vai aumentando com o passar do tempo. Além disso, é instigante ver como eles vão crescendo na trama, não somente como um casal, mas como pessoas, já que Aidan vai deixando de ser muito sério e Eve começa a ser mais corajosa.

A autora também tece com cuidado a trama e vai adicionando os toques históricos que deixam o livro o mais condizente com a época possível. Assim, é necessário que a Eve passe por uma série de eventos para ser considerada um bom par para o segundo herdeiro de um ducado e é delicioso acompanhar cada detalhe.

E, claro, não poderia deixar de haver personagens secundários que se destacam, alguns até diferentes do que estamos acostumados; os Bedwyns, que são a família protagonistas dessa saga, não tem aquele humor natural dos Bridgertons ou são tão espirituosos quanto os Hathaways, acredito que eles possuem mais semelhanças com os Rothwell, sendo mais fechados, mas não menos interessantes. Assim, foi envolvente conhecer mais um pouco sobre essa família tão reservada e notória, mas que contem um charme especial.

Então, primeiro nós conhecemos o irmão mais velho, mais conhecido como duque de Bewcastle — ou Wulfric Bedwyn para os íntimos-, e sinceramente estou começando a acreditar que o título de duque vem com uma lista de como ser uma pessoa realmente irritante e arrogante, além de obrigatoriamente ser aquele que fica se envolvendo em assuntos onde geralmente eles não são chamados e acabam por tornar tudo pior ou as vezes, muito raramente, fazer com que as situações melhorem, além de ser, é claro, uma pessoa muito excêntrica, algo que Wulfric Bedwyn aperfeiçoou até o último detalhe, ou devo dizer, até o ultimo monóculo.

Mais tarde somos apresentados a Freya, uma das irmãs de Aidan, que aparenta ser meio fria e esnobe, mas descobrimos mais tarde que é apenas uma fachada e ela pode ser uma aliada importante e uma amiga divertidíssima, não dá para não ficar curiosa para saber como ela vai superar nos próximos livros o acontecimento com Kit Butler. Além dela, nós conhecemos também Alleyne, aparentemente o irmão mais divertido de todos, algo que me fez ficar na expectativa pelo livro dele. Já Morgan, a caçula, apareceu pouco e não tenho realmente uma opinião formada dela e por fim, nós temos o Rannulf, que é o protagonista do segundo livro e o irmão que foi apresentado por último, mas um que deixou uma doce promessa daquilo que está por vir e me deixou louca pelo próximo livro.

A única coisa que tenho a reclamar é que certas passagens ou situações pareceram meio forçadas, como se o livro tivesse sido editado e algumas partes foram colocadas aleatoriamente. Também reconheço que em alguns momentos a autora exagerou no drama, algo que muitas pessoas comentaram, porém acredito que Mary fez isso mais para evidenciar as diferenças dos protagonistas e também o fato de que eles não se conheciam bem, dificultando assim eles terem uma plena confiança no outro.

Mas com ou sem drama, posso dizer que Ligeiramente Casados foi aos poucos me conquistando até ficar caída por ele e por mais dessa família. Com a falta dos prequels — não foram publicados pela editora no Brasil — não influenciando em nada a leitura, Balogh conseguiu encaixar bem o passado e presente ao ponto de não trazer incômodos aos leitores e tudo, sua escrita, a forma como desenvolveu o romance, seus personagens, me leva a acreditar que essa autora pode um dia me ganhar tanto quanto Julia Quinn.

Nem sempre podemos esconder-nos da vida. (…) É melhor nem sequer tentar e encarar simplesmente o que precisa de ser encarado.


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Pedro Henrique

Um comentário

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  1. Oi! Adorei a resenha, comprei ele na Black Friday mas ainda não li.
    Referente aos prequels, você leu eles? Sabe onde posso encontrar? Obrigada!!!