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[RESENHA ARQUEIRO] “Mar da Tranquilidade” – Katja Millay


Autor: Katja Millay
Editora: Arqueiro
Páginas:
368
Classificação:
5/5 estrelas

Um dos maiores destaques entre os leitores jovens gringos que lêem algo mais maduro — o famoso new adult ou mature young adult –, Mar da Tranquilidade é um livro que já pensei em ler diversas vezes a cada vez que alguém falava bem do dito cujo, seja no goodreads ou em outras redes sociais, justamente por querer entender a razão de tanto amor por uma trama que vive se repetindo em livros do gênero. Agora que finalmente li não só entendo esse amor como compartilho dele.

Como eu mencionei, é sim um plot muito encontrado, com duas pessoas quebradas, Nastya Kashnikov e Josh Bennett. Ela é a garota nova no colégio e que se destaca logo de início com sua maquiagem e roupas à la piriguete e essa é sua principal arma para impedir que as pessoas reparem em quem ela realmente é: alguém morta. Já Josh se destaca por ter um campo de força ao seu redor, poucos se aproximam, discutem ou aporrinham-no em razão de ele ter perdido praticamente toda sua família e estar prestes a perder a última parcela que falta.

Ambos tentam lidar de formas diferentes com tudo que aconteceu em suas vidas e é em meio a dor que se encontram. Nastya era uma garota prodígio que teve todos os seus sonhos retirados dela e atualmente não fala e ela só quer entender o campo de força ao redor de Josh para que possa ter um para si e é enquanto tenta entendê-lo que encontra pessoas que podem também fazê-la entender que essa é sua segunda chance, mesmo que não seja um conto de fadas.

Pessoas que nunca passaram por merda nenhuma sempre acham que sabem como você deve reagir ao fato de sua vida ter sido destruída. E aquelas que passaram por situações complicadas acreditam que você deveria lidar com as dificuldades do mesmo jeito que elas. Como se existisse um roteiro preestabelecido para sobreviver ao inferno.

A forma como Katja Millay desenvolve esse romance para torná-lo algo inesquecível e te faz se perguntar sobre certas coisas da vida talvez seja o que mais me ganhou na história. Mar da Tranquilidade pode até dar a sensação de ter um plot manjado antes de começar a leitura, mas a realidade é que esse é o típico livro que adiciona algo a sua vida e ainda ganha um pedacinho do seu coração.

Certa vez algumas leitoras perguntaram da real necessidade de se reler um livro quando ainda há milhares novos para serem lidos e é por livros como Mar da Tranquilidade, porque certas vezes esquecemos o que é realmente importante na vida, e livros como esse nos ajuda a lembrar pelo que vale a pena lutar. Tudo bem, você ainda pode encontrar isso em outros livros, mas quando dou pedaços do meu coração para alguns personagens eu preciso voltar e sentir tudo novamente porque eles simplesmente tornaram-se parte de mim, Nastya  e Josh sofreram e a ligação se formou a partir do momento que chorei junto com eles.

“Por que você a chama de querida e nunca usa expressões carinhosas comigo?”
“Eu uso sim. Na semana passada eu chamei você de ‘a cruz que eu carrego'”.
“É mesmo. Nesse dia você estava inspirada.”

Com personagens de características tão diferentes que se uniram para formar um livro quase perfeito, isso não significa que tudo correu as mil maravilhas, senti raiva e questionei certos pontos, mas é ao sentir tudo isso, as nuances, que a autora atingiu seu objetivo de escrever uma história que mudasse não só ela mas ao seu leitor também. Todo o drama pode ter começado com Nastya, mas não é só ela que se destaca e, apesar de ser uma ficção, Mar da Tranquilidade me deu um pouco mais de fé na humanidade.

Provavelmente sua lista de livros para serem comprados e lidos é extensa, eu entendo isso mais do que ninguém, mas o romance de Katja Millay se encaixa no grupo de livros para ser colocado na frente e lido. Você já pensou em segundas chances? Não de voltar ao tempo e fazer melhor, mas já parou para pensar que a cada segundo que vive é sua segunda chance de fazer diferente? Nastya e Josh nunca tiveram tempo para se perguntar se é possível ter uma segunda chance, mas talvez eles já estejam vivendo uma e é lindo acompanhar isso acontecer.

Talvez eu ainda não seja capaz de acreditar no perdão, mas consigo acreditar na esperança e gostaria de acreditar no sonho das segundas chances.


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. La vem a Gabrielle fazendo minha lista aumentar! Ta dificil esta vida de querer mais livro do que tenho tempo! Mas este ja esta passando na frente da lista

    Gabriele, vc ja leu um livro chamado Transcendence?
    Eu acabei de ler e achei tão fantastico e diferente que só imaginei que resenha vc faria (sempre tenho a impressão que vc ´só resenha livros perfeitos rs)

  2. Primeiramente quero elogiar o site, muito organizado, com classificação bem destacada e Perfeita quando se está buscando uma boa indicação.
    Em seguida li esse livro há algumas semanas, e foi um dos únicos que li que me decepcionei esse ano, (se não me engano já foram mais de 50… Enfim), foi… Não muito legal, lutei muito para ler na esperança de ter algo que valesse à pena. Claro que é apenas questão pessoal
    E é uma das primeiras vezes que divirjo de uma opinião de vcs, acontece claro! Ainda assim, a resenha está muito bem feita, chama atenção parabéns.