Autora: Rachel Joyce
Editora: Suma de Letras
Páginas: 248
Classificação: 4/5 estrelas
Imagine que certo dia, em um piscar de olhos, você decida que para salvar alguém você deve andar e andar, e percorrer dezenas de quilômetros, e enquanto caminha você também salva a si mesmo, se redescobre e descobre também a bondade pelo caminho, assim como na vida que deixou para trás.
Essa é a história de Harold Fry. Já aposentado e com um casamento que se perdeu há anos, certo dia ele descobre que uma antiga conhecida está com câncer e próxima da morte, e então Harold decide lhe enviar uma carta, ele anda até o correio, anda até o outro lado da rua, e anda mais um pouco, e continua, até que ele atravessa a cidade, sempre com a carta em mãos, decidido a entregá-la, porém agora pessoalmente.
Nada preparado, tanto psicologicamente quanto fisicamente, Harold de alguma forma acredita que sua peregrinação vai ajudar Queenie, a mulher que está com câncer, a sobreviver, ele só tem que continuar andando enquanto ela continua lutando. Durante o percurso, ele também encontrará pessoas que o relembrarão de seus sonhos, erros e, principalmente, a jornada de Harold vai deixar uma trilha de pessoas que lhe darão forças para seguir em frente, provando que a fé é o melhor remédio.
Esse livro foi escrito para me emocionar. Tenho alguns conhecidos que já participaram de peregrinações a Aparecida e sei como é o preparo, como é difícil e doloroso, mas também entendo o poder desse ato, e finalmente encontrar um personagem como Harold Fry que está disposto a isso, mesmo que sem querer, foi ótimo. Mas quem espera um protagonista perfeito, iluminado em sua sabedoria, vai sofrer uma bela surpresa com o romance de Rachel Joyce. Fry é um homem que errou durante sua vida, possui um casamento amargurado e um filho que se nega a conviver com ele. O que, afinal, aconteceu? Qual decisão mudou irremediavelmente a vida dessa família e será que é mesmo impossível o amor nascer entre eles novamente?
A autora nos emociona ao descrever uma história de dor e solidão, e, finalmente, perdão e amor. A Improvável Jornada de Harold Fry, com um toque de não ficção, nos dá a sensação de que poderia ser qualquer um a fazer a peregrinação, que a capacidade de se provar e provar sua fé está somente há um passo de distância, basta acreditar.
Primeiros comentários