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[RESENHA COMPANHIA DAS LETRAS] “Cadê Você, Bernadette?” – Maria Semple


bernadette

Autora: Maria Semple
Editora: Companhia das letras
Páginas:
 376
Classificação:
 5/5 estrelas

Cadê você, Bernadette? é o livro que marca Maria Semple como uma das grandes autoras da atualidade em ficção adulta, chama a atenção nas estantes e nas livrarias por sua capa bonita, e marca quem o leu pela sua critica a sociedade, boa escrita e humor até mesmo um pouco ácido.

O livro gira em torno de uma família americana rica de Seattle. Composta por Bernadette, a mãe, Bee, a filha, e Elgin, o pai, visivelmente essa poderia ser uma família comum, parte da elite, entretanto conforme as páginas passam vemos que eles não se encaixam assim tão bem no molde preparado para eles pela sociedade.

Bernadette é vista por muitos como incomum, para não dizer louca, e com sua filha prodígio bolando uma viagem à Antártida como prêmio por suas boas notas, seu estado, que já era preocupante, mostra-se uma verdadeira catástrofe. E quando ela desaparece, está nas mãos de Bee preparar um verdadeiro dossiê para entender o que aconteceu com sua mãe não tão perfeita, e onde, afinal, ela foi parar.

Como eu começo a explicar um livro que me atingiu tanto? É difícil, precisei relê-lo, trabalhar mais a resenha e, no final, demorei mais para escrevê-la do que ler e reler a obra em si. Eu preciso que você, leitor, entenda que as emoções que vou passar aqui são poucas, absurdamente grosseiras, se comparadas ao que você vai passar lendo o livro, porque só quem leu para entender essa história e o que ela pode causar. Cadê Você, Bernadette? não é um clássico, não vai perdurar por anos, décadas e séculos na mente dos críticos como uma leitura obrigatório, mas, ah, quando Maria Semple te pegar com sua escrita, ela vai te pegar de jeito!

Basicamente, essa é uma história de amor, medos e laços que foram jogados em um pote e chacoalhada com muito humor. Bernadette é uma mulher que não desaparece repentinamente, inicialmente vamos conhecendo sua personalidade e acontecimentos que para alguns mostram seu declínio psicológico mas aos nossos olhos fica claro o preconceito e até a critica bolada pela autora e foi nessa guinada que a raiva me subiu pela cabeça por tudo que essa mulher sofreu, as acusações, só por não seguir os ditames das dondocas que frequentavam os mesmos lugares que ela, e até mesmo seu marido, que conhece um computador como ninguém, se mostra incapaz de conhecer sua mulher e mostrar-se compreensível, como seria o esperado. E são esses acontecimentos, junto com vários acasos e problemas antigos que, juntos, formam a bola de neve que levará Bernadette a simplesmente desaparecer.

O quebra cabeça que se desdobra após isso é o que vai tornar a leitura mais interessante e o mistério me tornou ainda mais louca pelo livro. Afinal, o que houve no passado de Bernadette  para fazê-la jogar sua carreira para escanteio e alterou tanto sua personalidade e até mesmo envolver o FBI em sua vida? Se toda essa intriga não for capaz de ganhar o leitor, nada mais é.

Mas, com todos esses pontos positivos, o que mais me ganhou foi a ligação entre mãe e filha, talvez por eu mesma achar a minha meio doidinha às vezes, ou principalmente por entender o amor de Bee. Todos somos passíveis de erros, mas certas vezes precisamos de um empurrãozinho para perceber que também todos somos dignos de salvação, e é isso que Semple soube ilustrar bem em seu livro. Tem como não amar?


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Gabi,
    Realmente esse livro deve ser degustado de todas as formas, ele é muito original, e intensamente doce com toda sua estranheza!
    O mais bonito de Bee foi mostrar ao mundo a quão perfeita sua mãe fora para ela, mesmo que todo mundo ache o contrário, e como o que a sociedade potencializa as vezes esta errado!

    Parabéns pela resenha,

    Bjokas
    Lica

  2. Eu quero muito ler esse livro, tem um monte de pontos fortes, uma capa bacana e principalmente retrata uma relação de mãe e filha baseada em amor, uma mãe maluquinha e não uma como muitas vezes é retratada em romances adolescentes, que é incapaz de ouvir a filha e compreender seus sentimentos.