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[RESENHA COMPANHIA DAS LETRAS] “O Silêncio do Túmulo” – Arnaldur Indridason


Autor: Arnaldur Indridason
Editora: Companhia das Letras
Páginas:
 320
Classificação:
 3/5 estrelas

Sentiram minha falta? Provavelmente não, porque muitos me confundem com a Gabi e ela posta todo dia. Bem, eu estive um pouco fora pois falta pouco tempo pro Enem e ele está consumindo loucamente todo meu tempo, mas eu voltei para contar mais sobre esse delicioso livro.

Silêncio do Túmulo é um romance policial nórdico, como aparentemente todos os bons livros policiais de hoje. Nele acompanhamos o desenvolvimento de uma investigação de alguns ossos em uma futura área residencial. Mesmo o caso já bem antigo e com pouca prioridade, eles insistem em procurar a verdade e nisso iremos aprender mais sobre os personagens.

Os autores nórdicos, pelo menos os que eu já li, tem esse costume de contar duas história em paralelo. Sinceramente, acho esse recurso maravilhoso e agonizante, sabe quando você tem certeza que vai dar merda, mas começa a gostar do personagem? Então é basicamente o que esses autores fazem conosco.

A história é uma delicia, amo investigações criminais e aqui 0 autor desenvolveu bem isso, sem os excessos que vemos por aí e parecem incrivelmente forçado. Aqui não temos um CSI ou qualquer outra investigação que termina em uma semana, são longos trabalhos com pessoas que certas vezes são irritantes de tão lentas, mas perdoamos Arnaldur Indridason pois ele precisa construir uma tensão e não pode entregar o bolo pronto de uma vez. O que é muito difícil, devo dizer, porque paciência e eu nunca fomos amigas, ela sempre me ignorou e só me deu um até logo, ou melhor, até nunca quando passou.

Uma das minhas críticas negativas ao livro é que os nomes não me ajudaram muito, eu vivia confundido todo mundo e teve horas que eu não sabia quem era homem e quem era mulher. Além disso, a autor não te situa bem, você vai conhecendo os protagonistas com o decorrer da história e não dá pra ter uma empatia imediata, então quando algo acontece que afeta algum deles é dificil se importar muito.

Em contrapartida, temos uma ótima ambientação de décadas passadas e a autor soube retratar muito bem alguns problemas bem pesados, como abuso dentro de casa, e construir psicologicamente um personagem em situações como essa. Essas foram as partes que eu mais sofri porque é algo que ainda é muito presente na sociedade atual e pensar que naquela época era pior é devastador.

Em suma, gostei dos personagens e o livro foi muito bom. O autor pincelou algumas cenas macabras, imagine você estar realizando a terceira festa de aniversário do seu filho — sinceramente não sei porque o povo gasta tanto com criança que nem vai lembrar do evento depois -, e descobre que sua filhinha estava mastigando um osso de alguém que morreu há muito tempo. Eu não sei se eu entraria em desespero ou lavaria a boca da criança com algo, tipo álcool, ou ambos e isso evidentemente já mostra que não tenho filhos e não entendo nada sobre crianças.

Indico altamente o livro para quem está a procura de um bom suspense com investigação policial. É mais uma obra que espelhou bem quão bons são os autores nórdicos, e sem dúvida merece uma chance.

P.S: O momento que você descobre que o livro é o quarto da saga: Malditas Editoras!


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Pedro Henrique

Um comentário

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