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[RESENHA ÚNICA] “Veneno” – Sarah Pinborough


encantadas

Autora:  Sarah Pinborough
Editora: Única
Páginas:
 224
Classificação:
 4/5 estrelas

Nessa onda de adaptações de contos clássicos escritos pelos Grimm, chega ao mercado editorial brasileiro o primeiro volume de uma saga sombria que reconta, de uma forma sensual e, por quê não dizer, até bem crível a história de Branca de Neve. É um ótimo início de uma saga que chegou para mostrar que os contos de fadas não são feitos somente de felizes para sempre.

Talvez a infelicidade torne as pessoas más.

Em Veneno, começamos a conhecer a vida por trás da beleza etérea da rainha, e como ela foi criada e tratada para tornar-se o que tornou. Além de ter sido obrigada a se casar com um rei que está mais para suíno do que príncipe encantado, ela precisa conviver dia a dia com Branca, a princesa, quatro anos mais nova e tudo o que a Rainha não é.

Quando o rei sai em uma campanha de guerra,  e provavelmente só retornará em anos, se retornar, a Rainha decide colocar Branca nos eixos. Chega de usar calças, de cavalgar um cavalo como um homem, chega de passear pela floresta e bater papo com os anões. Entretanto, nesse mundo que mescla a fantasia com a realidade, um erro pode ser fatal e se livrar de Branca talvez somente seja possível se o resultado final for a morte.

A dor, como todas as coisas, seu pai havia lhe explicado, é algo que passa.

Bem, eu já havia comentado nas redes sociais que de todos os contos dos Grimm, eu via Branca de Neve como um entre os menos interessantes, mas então chega Sarah Pinborough e joga por terra isso. Em seu livro, Branca é a protagonista que suga a atenção, brilha e faz por merecer seu papel. Ela é corajosa, indomável e está intrínseco em sua alma que todos temos algo de bom em nós, até mesmo a Rainha.

Já a madrasta má não é tão má assim. Sim, ela é uma bruxa, usa e abusa de seu poder no reinado e quando quer algo vai até o fim, doa a quem doer, mesmo que o jogo que ela criou seja mortal. Porém, ela não foi sempre assim e em alguns trechos vemos que há algo de bom nela, mesmo que esses trechos apareçam raramente. A questão é que eu realmente me dei bem com essa nova faceta. A mulher pode ser uma vaca, mas é uma vaca interessante. Aliás, os primeiros capítulos foram todos focados nela, o que inicialmente me desanimou, mas logo a sensação passa e o livro mais do que agrada, viciei e já fui atrás dos próximos.

Veneno é uma mescla de vários contos famosos. Por exemplo, temos uma palhinha de Alladim e João e Maria, e os próximos livros, Charm e Beauty, continuam a história de Branca enquanto agregam protagonistas como a Bela, que de longe é a minha favorita. Em suma, esse livro teve um ótimo desenrolar e não vou revelar nada para não estragar a surpresa, mas o que acontece é completamente inesperado, ninguém é o que parece e, como está escrito na capa (que por sinal é linda), chegou a hora de repensar seus vilões. Preciso dizer que recomendo?

— Você acha as pessoas boas demais, Branca de Neve.

— Alguém precisa fazer isso, Sonhador.


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Já quero!
    Acho que desde que vi a capa eu meio que acho, só acho, que sei que é o vilão, mas enfim, vou esperar pra ler e conferir.
    Eu ri com “A mulher pode ser uma vaca, mas é uma vaca interessante.” LOL!