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Autora: Alice Hoffman
Editora: Planeta
Páginas: 480
Classificação: 3.5/5 estrelas
Contra todas as expectativas, As Mulheres do Deserto é meu livro favorito escrito por Alice Hoffman. Repleto de falhas e acertos, esse romance, basicamente, me deixou em cima do muro, mas também senti que a própria autora ficou em cima do muro ao escrevê-lo, então vocês terão que me perdoar por ficar indecisa — eu também estou tentando perdoar Hoffman quanto a isso.
O livro é dividido em quatro partes, sendo cada uma delas narradas por mulheres diferentes. Ele se passa no Século I, na resistência dos judeus contra os romanos em Massada. Yael é a filha de um assassino; Revka é uma mulher desolada após assistir o assassinato de sua filha; Aziza teve que tornar-se um garoto para sobreviver e isso é tudo que ela conhece; Shirah é uma mulher poderosa e capaz de tudo por aqueles que ama. Sobreviventes, suas vidas acabam por se cruzarem, mas cada uma está lá por diferentes razões.
Inicialmente, a trama pode deixar um pouco confuso quem nunca leu nada sobre o suicídio de aproximadamente 900 judeus em Massada. Esse assunto, aparentemente, não é uma prioridade no currículo de ensino de nosso país — e por quê não dizer no mundo todo, pela pouca quantidade de romances tratando do tema? Hoffman então decidiu abordar as batalhas e líderes que protagonizaram esse evento, mas se aprofundar mais no lado feminino da história.
Repleto de uma narrativa lírica, a autora conta como essas mulheres tentaram seguir em frente com suas vidas, seus amores e paixões, assassinatos e injustiças que protagonizaram, como algumas delas foram esquecidas pelas pessoas que deveriam protegê-las, e outras como se tornaram o porto seguro de quem já não tinha mais para onde ir, e é muito difícil não pegar carinho por elas. São nos piores cenários que os maiores laços são formados, e Hoffman soube bem como relatar isso.
O grande problema em toda a trama foi o excesso. Excesso de informação, hipérboles, descrições em demasia, que tornaram a estória cansativa, com um ritmo mais lento e não tão agradável. Sim, essas são características que normalmente embelezam um livro, mas tudo em excesso estraga, e a autora pecou por madurar demais seu romance, em suma, ela passou do ponto.
Eu também ficaria mais contente se a autora tivesse se estendido mais em fatos históricos. Sim, sentimentos e laços são importantes, mas é totalmente cabível um equilíbrio entre ambos, o lado mais verídico e um outro mais emocional.
A ajudaria a ser destemida em um mundo dominado pelo medo. Esse fora o meu maior presente a ela.
Eu me apeguei ao livro, apesar disso, talvez porque tenho certa facilidade em me emocionar com as estórias contadas, por mais fictícias que possam ser. Então, ao mesmo tempo que relato as falhas que encontrei no livro, do meu ponto de vista, também devo dizer que é uma leitura que indico, que aqueceu meu peito e me fez colocar no lugar dessas mulheres.
As Mulheres do Deserto contém uma lição valiosa, de sacrifício e lealdade, amizade e sobrevivência. A vida dessas quatro mulheres foi dura, mas elas não desistiram de tentar fazer com ela o que melhor podiam. É um livro para ser lido com cautela, mas que merece sim uma chance de ser apreciado.
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Classificação: 2/5 estrelas
Não sei porque fui insistir nessa leitura, definitivamente Jojo deveria ter parado no primeiro livro.
Louisa Clark está agora em New York correndo atrás de seus sonhos e do tempo perdido que passou afundada em depressão. Tem certeza que tudo sairá como planejado, conseguirá manter seu emprego e seu relacionamento a distância fluindo harmoniosamente, mas se tudo acontecesse como planejado, não teríamos uma história, não é mesmo?
O que me empolgou a ler esse último livro da trilogia foi o título Ainda sou eu e a proposta de nos trazer de volta aquela Lou doidinha com seu estilo próprio que tínhamos no primeiro livro. Fui com altas expectativas para encontrar uma protagonista forte buscando seus sonhos e se aventurando um pouco, como Will havia sugerido que ela fizesse. Mas o que encontrei foi algo bem diferente disso.
Ser diferente de todo mundo não é um problema.
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Classificação: 4/5 estrelas
Depois da série Os Bedwins, a editora Arqueiro presenteia os fãs de Mary Balogh com mais uma nova série, dessa vez uma trilogia com o nome O clube dos sobreviventes, o primeiro livro se chama Uma proposta e nada mais, o segundo Um acordo e nada mais, e o terceiro Uma loucura e nada mais.
Nessa resenha vamos falar sobre o primeiro livro, Uma proposta e nada mais, que já está nas livrarias. Eu adoro fazer uma batalha das capas brasileiras e das capas gringas, e preciso falar, Arqueiro, eu te amo!, a nossa capa é infinitamente a mais bonita de todas, simples, elegante, tudo o que o primeiro livro já mostra.
Love, Simon ou Com amor, Simon é mais uma adaptação juvenil literária que ganha vida, mas o que difere essa adaptação das outras? Bem, Com Amor, Simon não é uma simples história de amor, mas é uma história que precisava ser contada.
Surfando na onda de sucesso de Me chame pelo seu nome, uma adaptação literária da mesma temática, o que muda é que vemos no primeiro um drama sobre o primeiro amor, e em Com Amor, Simon há também pitadas de comédia romântica com doses de drama.
Inspirado no livro Simon vs. a agenda Homo Sapiens, da autora Becky Albertalli, o filme nos mostra a vida do adolescente Simon Spier, interpretado pelo carismático ator Nick Robinson (Jurasic Word, Tudo e Todas as Coisas), que tenta viver sua vida normalmente enquanto carrega um grande segredo — sua homossexualidade. Simon é gay e vive com medo pois não sabe como seria a reação dos outros com ele.
Foto Antes das Cinco
Esse filme foi um mar de acertos. Desde a direção até o elenco, trilha sonora e roteiro. Com Amor, Simon foi muito além do romance, essa é uma história sobre o direito de poder ser, sem rótulos, que nada mais são que rédeas que controlam nossas vidas, porque em um mundo perfeito não deveria importar se você gosta de homens ou mulheres, se é negro, branco, asiático, ou do oriente médio, isso só deveria ser um detalhe, como a vida também é, não há nada especial nisso, mas como você a vive é que a torna especial.
E o equilíbrio foi perfeito em diversos pontos, desde a comédia ao drama e romance. O diretor se mostrou competente para mostrar uma visão do ensino médio e, mesmo tomando liberdade para criar, o longa ainda foi bem fiel ao livro. Já os atores, desde o protagonista aos coadjuvantes, dão um show de carisma.
Creio que a maior vitória do longa foi provar que há espaço para todos no cinema, principalmente quando é dirigido com o intuito de conscientizar. Com amor, Simon foi uma convenção da humanidade, é um filme lindo, nostálgico, singelo, romântico, engraçado e o mais importante, NECESSÁRIO!!!!