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[RESENHA RECORD] “O Diário de Anne Frank” – Anne Frank


Anne Frank

Autora:  Anne Frank
Editora:  Record
Páginas:
 349
Classificação:
 5/5 estrelas

Apesar de O Diário de Anne Frank já ter se tornado um clássico há tempos, uma leitura que todos que leem recomendam, eu sempre me neguei a lê-lo. Não por não achar que ele seria essa coca-cola toda, porque é isso e muito mais, mas por precisar preparar meu psicológico para o baque emocional que vem junto à ele. Agora que terminei o livro percebo que é impossível fugir disso, das lágrimas, da dor no coração que a história de Anne traz. Para quem acha que um livro não pode mudar a vida de um leitor, é porquê nunca mergulhou em livros como esse.

Penso que, um dia, tudo isto voltará a ser bom, que a crueldade chegará ao seu fim.

No livro, Anne narra sua história, como sua vida era comum, com amigos, uma família, com problemas de uma garota normal, ela poderia ser eu (bem mais nova e com menos rugas) ou você, e então, com treze anos, sua vida sofre um rebuliço e ela e outros judeus começam a ser caçados pelos nazistas. Anne então vai para um esconderijo elaborado por seu pai, Otto Frank, onde permanece durante dois anos.

Nesse abrigo junto à sua família encontra-se também a família Van Daan e é lá onde ela vive conflitos, assiste e teme a guerra cada vez mais em ascensão, e também vai começar uma grande amizade com Peter, por quem começa, com o tempo, a ter sentimentos mais fortes. A ideia de escrever um diário surgiu após ouvir no rádio quão grande seria algo que relatasse o período pelo qual estavam passando, e foi assim que iniciou-se o conto de uma história que tem força ainda nos dias atuais.

A mensagem contida nesse livro, assim como o amadurecimento de nossa protagonista, é gradual, mas intenso. Anne conseguiu colocar em palavras uma sabedoria sem tamanho, esse livro prende seus braços ao redor do leitor e gruda de tal forma que é impossível pensar em parar, pensar em deixar de escutar os relatos do que aconteceu há mais de cinquenta anos.

Ao mesmo tempo que rezo e me condôo com o destino de nossa Anne, o livro também me transportou para vários outros locais nos dias atuais com pessoas que sofrem o mesmo destino, vivendo baixo algum regime cruel. Eu penso em como gostaria de salvar Anne, mas quão hipócrita sou quando há alguns anos  atletas cubanos pediram asilo em nosso país e nós nos fizemos de surdos, cegos e mudos quando nosso então presidente enviou-o de volta à seu país, mesmo que o mesmo presidente tenha liberado asilo para Battisti.

Pode parecer que eu estou me perdendo um pouco na resenha, entretanto não é isso, só estou tentando espelhar aqui o que essa história me fez, no quanto eu pensei e repensei, não só nas represálias e injustiças ao redor do mundo, mas nos sonhos e ideais que tinha quando adolescente, em como a Anne dentro de mim cresceu e fez seu caminho.

O Diário de Anne Frank é uma leitura instigante e profunda, eu chorei litros, mesmo horas após ter acabado a última página do livro. Anne era uma garota que teve que tornar-se mulher de repente, uma mulher que poderia ter escolhido ver a vida com outros olhos, porém escolheu viver a vida ao máximo enquanto podia, em dar valor a pequenas coisas que a nós nos passa desapercebido. Anne Frank é um exemplo, mesmo quando jogada em um buraco como uma criminosa, e seu livro é um daqueles que deve ser lido por todos pelo menos uma vez na vida.

Apesar de tudo, eu ainda acredito na bondade humana.


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Apesar de saber o quanto essa história acrescenta na vida da gente e o quanto ela merece ser lida, eu ainda não me preparei psicologicamente pra ela. Sei que o que está relatado aí não é nada fácil e nada leve, mas uma realidade que infelizmente foi dura demais. Um dia pretendo estar preparada para ler tudo isso.

  2. Essa história é mto triste,até hj eu fico encantada e surpresa em como a Anne é maduro pra idade dela.Ela fala cada coisa que nos toca profundamente.
    Gabi,eu sempre me neguei a ler esse livro tbm,pois queria além de preparar meu psicológico,meu coração.Não tem jeito,sofremos junto com essa garotinha tão especial,bjo. 🙂

  3. Para falar bem a verdade, nunca li nenhum livro de Anne Frank, mas vontade não falta!
    já ouvi maravilhas de todos eles… mas quanto ao Diário de Anne, esta é a primeira resenha que leio dele, e com certeza subiu para o topo de todos os livros dela… preciso ler ele logo.
    Beijos

  4. Realmente nos esquecemos algumas vezes que o mundo tem uma crueldade sem tamanho, e que são os mais fortes que sobrevivem, que tem o poder em suas mãos para fazer o que der e vir a mente… Mesmo enquanto estamos lendo um livro de história na sala de aula, ainda é difícil entender o que se acontecia em épocas de guerra ou até mesmo de desastres, como o nazismo. Temos uma ideia tão pequena do passado, que acabamos achando que é mais uma matéria à se decorar, só que não é bem assim…
    E acho que O Diário de Anne Frank pode mostrar esse lado verdadeiro e realista do que aconteceu numa época horrível, mas como você disse, para ler esse livro tem que estar preparado para a verdade nua e crua. E mesmo que eu ainda não o leia agora, por medo de não estar preparada, ainda vou o ler, com certeza. Mas não para decorrer algo, mas para tentar entender um pouco como esse judeus vivem com o nazismo e me emocionar, e ainda torcer muito, para que algo assim nunca mais aconteça, mesmo com os nossos direitos tratados em leis, nada em pede de um monstro como Hittler querer o poder e fazer o pior de tudo para alcança-lo doá a quem doer. Eu só espero, que mais pessoas possam ler esse livro e como você se emocionar e ver tamanha barbaridade, e se conscientizar que devemos repensar nossos atos.

  5. Nunca pensei que encontraria a resenha de O Diário de Anne Frank por aqui. Sei que a intenção não era surpreender, mas fiquei mais que surpresa.
    Retrata a história real de sonhos, tristezas e esperanças (poucas) que ainda restavam a ela. Como você disse, quantas Anne (s) não existe por ai, ou mais perto do que pensamos.

  6. Ainda não li o livro também, acho que tenho que me preparar primeiro, pois acho que não é uma leitura fácil, por mexer tanto com o emocional dos leitores.
    Depois de ler sua resenha, minha vontade triplicou e eu necessito ler o livro o mais rápido possível!

  7. sempre tive receio de ler esse livro, não sei exatamente porque! Já tinha lido outras resenhas, mas dessa vez fiquei realmente empolgada para saber a historia da Anne

  8. Amo a história da segunda guerra mundial, quero muito ler esse livro, porém o preço nunca abaixa. Me vejo no dever de ler um livro tão bom, já vi os filmes a ver com a Anne, o li ”os colegas de anne frank” que é lindo. Mal vejo a hora de já ler esse. Ler é sempre melhor a ver filmes

  9. Eu também ainda não li esse livro por falta de coragem, eu sou do tipo bem chorona e acho que isso vai acontecer muito nesse livro. Espero que minha coragem apareça logo.

  10. sou do seu grupo Gabi, o livro é muito lido, todo mundo recomenda e eu nunca li. Na verdade sempre que olho esse titulo ou essa capa, quem vem na minha cabeça é a minha vó, ela leu o livro adorou e um dia tava me contando, fiquei tão empolgada pelo forma como ela contou que descobri tudinho já xD mas eu gostei muito!
    Voltando ao livro, acho bem trágica essa história, porque a vida da Anne foi bem curta né, teve que amadurecer cedo, mais ela sempre soube aproveitar a vida, e é o que nos passa mais despercebido. Acho que ela é até um exemplo de como todo mundo pode aproveitar a vida nas mais diversas situações.
    Com certeza um dia vou ler esse livro! :*

  11. sla, acho q o diario dela representou muito mais o dia-dia dos refugiados do que a guerra em si, mas faz voce refletir sobre como a ganancia das pessoas e seus ideias fascistas podem fazer com o mundo, Anne era muito madura para sua idade, e apesar de sooar como uma adulta, faz voce pensar em coma as crianças judias sofriam naquela epoca