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[RESENHA COMPANHIA DAS LETRAS] “O Pacifista” – John Boyne


Autor: John Boyne 
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 304
Classificação: 4/5 estrelas

Depois de tantos livros que giraram em torno da Primeira Guerra Mundial, eu imaginava que os escritores há haviam escrito de tudo envolvendo a Grande Guerra, até conhecer esse livro de John Boyne.

— Quer saber? O amor é coisa de louco.
— Mas é a única coisa que importa.

O Pacifista gira em torno de Tristan Sadler, um ex-soldado que precisa entregar algumas cartas escritas por seu amigo Will para sua irmã, e no processo ele também espera confessar seu grande segredo.

Enquanto conta um pouco sobre seu passado e sua infância, Tristan também fala sobre a guerra sem sentido que deixou cicatrizes profundas, tanto em seu jeito de ser quanto em sua pele, alma e carne. Mas também foi na Guerra que ele lutou lado a lado com Will, um relacionamento de descobertas e dor insuportável.

Esse foi um livro que me fez amar e odiar a relação entre Tristan e Will, e mais uma vez me comover com as vítimas da Guerra. O contraste entre os sentimentos desses dois rapazes com as atrocidades que eles vivenciam, a coragem e o medo que Boyne descreveu me fez soltar mais de uma ou duas lágrimas. E, o melhor de tudo, o autor trata de homossexualidade.

Posso contar nos dedos os livros que já li focando nesse assunto, e para uma pessoa que já leu mais de mil livros isso é sim preocupante. Atualmente, a sociedade se diz pouco preconceituosa com o assunto, e mesmo assim ele é tratado com cautela. Na década de 20, isso é ainda pior. É heresia, só falar no assunto já é macular o local onde está. Ser gay, então, é pedir para ir à foice. A forma como o autor tratou isso foi de uma delicadeza extrema, me fazendo torcer por cada Tristan e Will que respira fora das páginas.

 Se era redenção o que eu procurava, não havia nenhuma. Se era compreensão, não havia ninguém capaz de oferecê-la. Se era perdão, eu não o merecia.

O Pacifista está longe de ser um conto de fadas. Em poucas palavras, partiu meu coração. Em alguns trechos, você vai sentir vontade de jogar o livro longe, mas no final você vai querer guardar ele, e o que ele ensina, como um grande tesouro.


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Awn Gabi, estou lendo este livro agora, estou pela página 70/80, e sua resenha me tocou muito. Eu estou lendo com calma, pois não estou acostumada com leituras mais densas e apesar de não conhecer nada do autor eu estou amando e somente nessas poucas páginas eu senti que ele trataria de um tema delicado como a homossexualidade.
    Vamos ver como vai ser até o final, se vou chorar ou não… rs
    Mas sei que este livro vai me tocar e depois dele vou procurar mais obras do Byne com certeza. ^^

  2. Li O Menino do Pijama Listrado e O Garoto do Convés e amei os dois. O John Boyne é incrível, quero muito ler O Palácio de Inverno e O Pacifista também. Ótima resenha 🙂
    bjs

  3. Do John Boyne só conheço O Menino do Pijama Listrado e a escrita dele é bem simples e emotiva mesmo e pela resenha esse livro O PACIFISTA deve seguir bem por essa linha,e pra ler só tendo uma caixinha de lenços do lado.

  4. Pois é, agora que vc falou… é, realmente, são pouquíssimos os livros que tocam no assunto de homossexualidade. Eu, por exemplo, nunca li nenhum.
    Por isso, acho que eu gostaria de ler O Pacifista, ainda mais por tratar tbm da guerra, que é um dos meus temas preferidos.

    Bjs!

  5. Oi Gabrielle,post interessante,os livros sobres a Primeira Guerra Mundial, são sempre uma boa dica de leitura para descobrirmos e acompanharmos um pouco como era a vida e a realidade nessa época onde famílias foram separadas,vidas perdidas,sonhos destruídos…
    o passado e a infância de Tristan nos dá a dimensão do que foi o cenário devastador da guerra.

  6. Eu assumo não curto livros históricos e principalmente de guerra, sei que é importante entendermos a história suas consequências mais não consigo ler um livro que trata de sofrimento e sabendo que isso pode mesmo ter acontecido..tks pela resenha mais esse é um livro q eu dispenso.

  7. Sou uma manteiga derretida de corpo e alma, sinto que vou provocar um segundo dilúvio se ler esse livro, que vou passar noites em claro pensando na história, mas mesmo assim não consigo deixar de querer lê-lo.

  8. Se eu não estivesse com meu lado emocional altamente sensibilizado pelo Jonhn Green e Nicholas Sparks eu até o leria, mas eu realmente não estou no melhor momento para isso, haha.

  9. Confesso que não despertei interesse no livro, mesmo sendo a primeira resenha que leio sobre ele. Talvez se ele surgisse do nada, na minha frente, eu até o pegava para ler, mas não fiquei super a fim.

  10. Gosto de ler livros com temas que são pouco abordados. Homossexualismo então está dentre esses temas. As pessoas se dizem “pouco preconceituosas” com relação ao homossexualismo até saber que seu filho/filha é gay. Ou até mesmo algum outro membro da família. Me interessei muito por esse livro, coloquei na minha wishlist e espero lê-lo em breve.

  11. Não sei se me agradaria tanto, livros sobre guerras não são o meu forte, mas parece ser daqueles que fazem agente chorar muito enquanto fala com o livro que aquela cena não poderia estar acontecendo. kkkkk

  12. Acho que nunca li um livro que trabalhasse pontualmente com alguma guerra. De bate pronto me lembro da Guardiã da Meia Noite, mas é um sobrenatural; e de O Livro dos Tesouros, mas é fantasia.
    Eu sinceramente não sou fã de coisas de guerra, mas esse livro trabalha com cartas que amo, e com relações e me parece ótimo, mesmo quebrando corações.

    Miquilis

  13. Faço dos meus os comentários de Monica Oliveira:
    ” Eu assumo não curto livros históricos e principalmente de guerra, sei que é importante entendermos a história suas consequências mais não consigo ler um livro que trata de sofrimento e sabendo que isso pode mesmo ter acontecido..tks pela resenha mais esse é um livro q eu dispenso.”