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Eu conheci a forma de escrever de Maggie Stiefvater através de sua trilogia Os Lobos de Mercy Falls e apesar da quantidade de buracos que ela deixou na dita cuja eu acabei tornando-me fã da autora. Em A Corrida de Escorpião, por ser volume único, provavelmente, a autora não deixou crateras no enredo. Melhor ainda, ela se superou.
A Corrida de Escorpião passa-se em Thisby, onde todo mês de novembro os homens capturam cavalos d’água para uma corrida mortal. Kate “Puck” Connolly jamais imaginou que participaria da corrida, mas depois que seus pais são mortos e seu irmão decide ir embora da ilha, entrar nessa disputa mortal é sua única chance de felicidade. Já Sean Kendrick está nesse mundo de corridas desde que se conhece por gente e ele já foi campeão quatro vezes. Mas esse ano é diferente, dessa vez ele está correndo para conseguir algo que ama. Os dois vão competir e ambos têm mais a ganhar, ou a perder, do que jamais pensaram. Mais somente um pode vencer.
Assim como aconteceu em outras de suas obras, esse livro é narrado pelo casal de protagonistas e eu ainda não me acostumei com a facilidade da autora de entrar na mente de pessoas tão diferentes. A história também foi uma surpresa. Eu esperava um romance sobre uma garota e um garoto que são rivais e acabam apaixonando-se, mas não é nada disso. O livro é sobre duas pessoas que estão em uma maré de problemas e no meio de tudo isso se encontram e mudam a vida um do outro. Duas pessoas que separadas são ótimas e juntas são espetaculares. Puck é uma garota que apesar de ser orgulhosa sabe a hora de perdoar e dizer chega e seu humor ácido é delicioso. Já Sean é o que chamamos de taciturno e ele também dá seu máximo por aqueles que ama. Tem como não se apaixonar por eles? Sem dúvidas, é um dos casais mais gostosos que já tive o prazer de ler.
Mostre a eles quem você é.
Maggie Stiefvater inovou em A Corrida de Escorpião. É necessário talento para trazer magia as palavras e fé para acreditar que essa magia vai tocar em alguém e ela conseguiu ambos. Eu posso parecer melodramática ao escrever isso mas leia e você vai me entender. A autora nos toca com uma narrativa que mostra o poder de pertencer a algum lugar ou alguém e os sacrifícios que Puck e Sean fazem para não perderem isso. E, para melhorar, os personagens secundários também são ótimos, os moradores da ilha de Thisby são doidinhos e cheios de superstições, como é normal em povoados. Eu não estou dizendo que não há falhas na narrativa da autora, mas elas são suplantadas. Como diz minha professora de administração, quando você tem uma visão onírica da obra é difícil lembrar-se dos defeitos.
Eu recomendo esse livro para quem sente falta de ler um jovem adulto propriamente dito, onde o livro não é uma adaptação da moda literária do momento, tem seu próprio fluxo e encanto. A Corrida de Escorpião é sobre sacrifícios, perdas, amizade e amor. Eu chorei com o final e espero que mais pessoas tenham a oportunidade de fazer o mesmo.
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Classificação: 2/5 estrelas
Não sei porque fui insistir nessa leitura, definitivamente Jojo deveria ter parado no primeiro livro.
Louisa Clark está agora em New York correndo atrás de seus sonhos e do tempo perdido que passou afundada em depressão. Tem certeza que tudo sairá como planejado, conseguirá manter seu emprego e seu relacionamento a distância fluindo harmoniosamente, mas se tudo acontecesse como planejado, não teríamos uma história, não é mesmo?
O que me empolgou a ler esse último livro da trilogia foi o título Ainda sou eu e a proposta de nos trazer de volta aquela Lou doidinha com seu estilo próprio que tínhamos no primeiro livro. Fui com altas expectativas para encontrar uma protagonista forte buscando seus sonhos e se aventurando um pouco, como Will havia sugerido que ela fizesse. Mas o que encontrei foi algo bem diferente disso.
Ser diferente de todo mundo não é um problema.
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Classificação: 4/5 estrelas
Depois da série Os Bedwins, a editora Arqueiro presenteia os fãs de Mary Balogh com mais uma nova série, dessa vez uma trilogia com o nome O clube dos sobreviventes, o primeiro livro se chama Uma proposta e nada mais, o segundo Um acordo e nada mais, e o terceiro Uma loucura e nada mais.
Nessa resenha vamos falar sobre o primeiro livro, Uma proposta e nada mais, que já está nas livrarias. Eu adoro fazer uma batalha das capas brasileiras e das capas gringas, e preciso falar, Arqueiro, eu te amo!, a nossa capa é infinitamente a mais bonita de todas, simples, elegante, tudo o que o primeiro livro já mostra.
Love, Simon ou Com amor, Simon é mais uma adaptação juvenil literária que ganha vida, mas o que difere essa adaptação das outras? Bem, Com Amor, Simon não é uma simples história de amor, mas é uma história que precisava ser contada.
Surfando na onda de sucesso de Me chame pelo seu nome, uma adaptação literária da mesma temática, o que muda é que vemos no primeiro um drama sobre o primeiro amor, e em Com Amor, Simon há também pitadas de comédia romântica com doses de drama.
Inspirado no livro Simon vs. a agenda Homo Sapiens, da autora Becky Albertalli, o filme nos mostra a vida do adolescente Simon Spier, interpretado pelo carismático ator Nick Robinson (Jurasic Word, Tudo e Todas as Coisas), que tenta viver sua vida normalmente enquanto carrega um grande segredo — sua homossexualidade. Simon é gay e vive com medo pois não sabe como seria a reação dos outros com ele.
Foto Antes das Cinco
Esse filme foi um mar de acertos. Desde a direção até o elenco, trilha sonora e roteiro. Com Amor, Simon foi muito além do romance, essa é uma história sobre o direito de poder ser, sem rótulos, que nada mais são que rédeas que controlam nossas vidas, porque em um mundo perfeito não deveria importar se você gosta de homens ou mulheres, se é negro, branco, asiático, ou do oriente médio, isso só deveria ser um detalhe, como a vida também é, não há nada especial nisso, mas como você a vive é que a torna especial.
E o equilíbrio foi perfeito em diversos pontos, desde a comédia ao drama e romance. O diretor se mostrou competente para mostrar uma visão do ensino médio e, mesmo tomando liberdade para criar, o longa ainda foi bem fiel ao livro. Já os atores, desde o protagonista aos coadjuvantes, dão um show de carisma.
Creio que a maior vitória do longa foi provar que há espaço para todos no cinema, principalmente quando é dirigido com o intuito de conscientizar. Com amor, Simon foi uma convenção da humanidade, é um filme lindo, nostálgico, singelo, romântico, engraçado e o mais importante, NECESSÁRIO!!!!